O eurodeputado de IU, Willy Meyer, denunciou esta quinta-feira
que as autoridades marroquinas vetaram a viagem de uma delegação oficial da
Eurocâmara prevista para o próximo mês de abril e cujo objetivo era fazer uma
avaliação da situação dos direitos humanos tanto em Marrocos como no Sahara Ocidental.
O Parlamento Europeu tomou a decisão de enviar esta delegação
oficial como resposta à expulsão por
parte de Marrocos de quatro eurodeputados del Intergrupo Paz para o Povo Saharaui
que se dirigiam a El Aaiún, entre os quais se encontrava o próprio Meyer, segundo
informa a IU em comunicado.
A delegação parlamentar, que ia ser liderada pela eurodeputada
socialista portuguesa Ana Gomes, tinha solicitado visitar os presos políticos
saharauis do Grupo de Gdeim Izik encarcerados em Rabat após terem sido ser
condenados por um tribunal militar marroquino, assim como encontros com
defensores saharauis de direitos humanos como Aminetou Haidar e Brahim Dahane, e
com familiares de presos e desaparecidos saharauis. A missão tinha pedido
igualmente uma visita à Prisão Negra Negra de El Aaiun.
Meyer deplorou "a cumplicidade das instituições europeias,
que premeiam Marrocos com uma relação privilegiada no âmbito da Política
Europeia de Vizinhança, enquanto o regime viola os direitos mais fundamentais tanto
do seu povo como do povo saharaui sob ocupação ".
"Não é a primeira vez que Marrocos impede uma delegação
do Parlamento Europeu que pretenda observar a situação dos direitos humanos no Sahara
Ocidental. Na última legislatura impediu ou adiou várias vezes a visita de uma
comissão ad hoc como a que iria
viajar agora em abril. Eu mesmo fui expulso pela força três vezes quando quis
entrar em El Aaiún", lamentou o eurodeputado.
"No entanto, os eurodeputados favoráveis ao regime
marroquino encontram numerosas facilidades e comodidades para se deslocarem a Marrocos
e também aos Territórios Ocupados", criticou Meyer.
Bruxelas, 27 março (EUROPA PRESS)
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