quinta-feira, 27 de março de 2014

Willy Meyer denuncia que Marrocos veta a viagem de uma delegação do Parlamento Europeu ao Sahara Ocidental


 

O eurodeputado de IU, Willy Meyer, denunciou esta quinta-feira que as autoridades marroquinas vetaram a viagem de uma delegação oficial da Eurocâmara prevista para o próximo mês de abril e cujo objetivo era fazer uma avaliação da situação dos direitos humanos tanto em Marrocos como no Sahara Ocidental.

O Parlamento Europeu tomou a decisão de enviar esta delegação oficial como resposta à  expulsão por parte de Marrocos de quatro eurodeputados del Intergrupo Paz para o Povo Saharaui que se dirigiam a El Aaiún, entre os quais se encontrava o próprio Meyer, segundo informa a IU em comunicado.

A delegação parlamentar, que ia ser liderada pela eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes, tinha solicitado visitar os presos políticos saharauis do Grupo de Gdeim Izik encarcerados em Rabat após terem sido ser condenados por um tribunal militar marroquino, assim como encontros com defensores saharauis de direitos humanos como Aminetou Haidar e Brahim Dahane, e com familiares de presos e desaparecidos saharauis. A missão tinha pedido igualmente uma visita à Prisão Negra Negra de El Aaiun.
 
A eurodeputada Ana Gomes
deveria liderar a missão

Meyer deplorou "a cumplicidade das instituições europeias, que premeiam Marrocos com uma relação privilegiada no âmbito da Política Europeia de Vizinhança, enquanto o regime viola os direitos mais fundamentais tanto do seu povo como do povo saharaui sob ocupação ".

"Não é a primeira vez que Marrocos impede uma delegação do Parlamento Europeu que pretenda observar a situação dos direitos humanos no Sahara Ocidental. Na última legislatura impediu ou adiou várias vezes a visita de uma comissão ad hoc como a que iria viajar agora em abril. Eu mesmo fui expulso pela força três vezes quando quis entrar em El Aaiún", lamentou o eurodeputado.

"No entanto, os eurodeputados favoráveis ao regime marroquino encontram numerosas facilidades e comodidades para se deslocarem a Marrocos e também aos Territórios Ocupados", criticou Meyer.

Bruxelas, 27 março (EUROPA PRESS)

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