Deputado Assis do
Couto, entre os deputados Eduardo Barbosa e Alfredo Sirkis, e o embaixador
Paulo Roberto Campos da Fontoura
A Câmara dos Deputados do Brasil, acolheu quarta-feira, uma Audiência Conjunta das suas Comissões de Relações Exteriores e de Direitos Humanos dedicada ao exame da "Situação do Povo saharaui, última colónia em África", em que intervieram como oradores o ministro saharaui dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Salem Ould Salek; o Embaixador em Missão para o Brasil, Mohamed Zrug Larosi, assim como o Embaixador Paulo Roberto Campos, Diretor de Organismos Internacionais do MNE brasileiro e o jornalista e cineasta Samir Abujamra.
Durante o primeiro
ciclo da Audiência, o representante do Ministério de Assuntos Exteriores do
Brasil expôs ante os deputados a posição seu governo acerca da temática do
Sahara Ocidental, “baseada no respeito do direito do povo saharaui à autodeterminação
e no diálogo permanente com a Frente Polisario que luta pela independência do
país”.
O representante do Itamaraty
referiu, que o “Brasil deverá continuar a atuar, para garantir que a Missão das
Nações Unidas no Sahara Ocidental vele pelo respeito dos direito humanos”.
Em diferentes
intervenções, os deputados insistiram na “necessidade urgente de um maior protagonismo
e papel de vanguarda do Brasil na resolução do conflito do Sahara Ocidental e
no reconhecimento da República Saharaui como nação soberana”.
Os deputados apelaram “ao exercício de todas as
pressões sobre Marrocos e a comunidade internacional para garantir o direito à autodeterminação
e independência da última Colónia Africana”.
Os deputados
lamentaram veemente, “a fragilidade argumentativa” do Embaixador de Marrocos no
Brasil, durante a sua intervenção, assim com o seu descortês modo de atuação na
Audiência, motivo pelo qual, foi chamado de forma reiterada “à ordem e ao respeito
do regime interno dos trabalhos da comissão”.
Nas suas conclusões,
ambas comissões acordaram transmitir ao seu governo as preocupações emanadas da
grave situação dos direitos humanos no território; pedindo um maior papel do
Brasil em “liderar o processo pela independência do povo saharaui sem neutralidade,
em igualdade de condições com os casos da Palestina e de Timor-Leste”; decidindo
ainda criar uma Frente Parlamentar, em defesa dos direitos do Povo Saharaui no Congresso
Federal.
De destacar, que na assistência
da Audiência do Congresso estiveram presentes Embaixadores e representantes
diplomáticos da Tanzânia, Namíbia, Argélia, Quénia, Angola, Nigéria, México, Equador,
Cuba, Nicarágua, Espanha, entre outros, assim como dirigentes de movimentos
sociais, sindicais e de partidos políticos do país, cujo manifesto de apoio e solidariedade
com a República Saharaui dirigido à Presidente Dilma Roussef foi lido e distribuído
aos assistentes.
O trabalhos da Audiência
Conjunta dedicada à República Saharaui foram transmitidos em direto pela televisão
do Congresso para todo o país e contou com a cobertura de diferentes meios de
comunicação nacionais e internacionais.
Brasilia, 30/04/2014
(SPS)
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