O antigo presidente moçambicano Joaquim Chissano foi votado por unanimidade como Representante Especial para o Sahara Ocidental na Cimeira de Malabo |
A decisão da
União Africana de designar um representante especial para o Sahara Ocidental
confirma a vontade desta organização continental de se implicar, e de uma forma
mais ativa, na busca de uma solução justa e definitiva do conflito do Sahara Ocidental.
Uma vontade já afirmada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, no seu
relatório de abril de 2014 sobre a evolução da situação na antiga colónia espanhola
invadida por Marrocos em 1975.
Segundo o SG
da ONU (parágrafos 86, 87 e 88), a Presidente da Comissão da União Africana,
Nkosazana Dlamini Zuma, convidou o seu Enviado Pessoal para o Sahara Ocidental,
Christopher Ross, a deslocar-se a Addis Abeba. Enquanto a Frente Polisario e a
Argélia exprimiram o seu apoio a esta ideia, Marrocos opôs-se-lhe vivamente.
Segundo a
mesma fonte, num encontro à margem da 68.ª sessão da Assembleia Geral, Ross exprimiu
à senhora Zuma o seu "reconhecimento pelo importante papel que Organização
de Unidade Africana e mais tarde União Africana africana tinham jogado desde o
início dos esforços desenvolvidos para encontrar uma resolução ".
"Em dezembro
de 2013, um relatório da União Africana sobre a questão do Sahara Ocidental, acompanhada
por uma carta subscrita pela Presidente, senhora Zuma, reiterava o convite ao
meu Enviado Pessoal, foi distribuído aos membros do Conselho de Segurança. A Frente
Polisario e a Argélia manifestaram de novo o seu apoio, Marrocos a sua oposição"
acrescentou Ban Ki-moon no seu relatório.
O relatório
do SG da ONU confirma a vontade da UA de reanimar um processo de paz que ela concebeu
há mais de 20 anos e que foi obstruído por Marrocos no seu desejo de ditar a sua
vontade à comunidade internacional.
Importa
recordar que a designação do antigo presidente moçambicano Joaquim Chissano como
Representante Especial para o Sahara Ocidental foi votada por unanimidade na
Cimeira de Malabo. Nenhum dos países aliados históricos de Marrocos se lhe opôs.
Marrocos é o único pais a recusar a decisão da mais alta instância do continente
africano.
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