“Marrocos é um país
que viola os Direitos Humanos de forma sistemática”
A
desinformação sobre os países árabes em Espanha, e em particular sobre Marrocos,
é uma questão de fundo e parte de um pensamento colonial, de modo que qualquer
aproximação à realidade política requer começar do zero e mostrar aqueles aspetos
que os media fazem o possível por ignorar. Lidar com um projeto político que
alimenta a visão política crítica da substância e da forma, que dá prioridade aos
valores humanos, à ética e à justiça sociais, que porta em si a idiossincrasia
do povo marroquino, cultura e crenças, que nasceu nas entranhas do povo
marroquino, dá-nos a capacidade de saber o quê e o porquê do que se está
passando em Marrocos nos nossos dias.
Falamos
com o Presidente da Associação Marroquina dos Direitos Humanos. A sua presença
em Espanha e a sua disposição a responder a qualquer tipo de pergunta, facilita
colocar as questões e recolher as respostas que permitem a compreensão da realidade
marroquina.
Senhor Eddoghmi, qual é a situação
geral dos Direitos Humanos em Marrocos?
Apesar
de todo o discurso da exceção marroquina generalizada na Europa em geral, e
Espanha, em particular, devo dizer que é um discurso tendencioso e interessado,
Marrocos é um país que viola os direitos humanos de forma sistemática, basta
olhar para o relatórios de organizações nacionais e internacionais sobre o
tema.
Atualmente,
o Estado marroquino leva a cabo uma campanha feroz de repressão contra aqueles
que se atrevem a denunciar esta situação, um exemplo ilustrativo é o que tem
acontecido nos últimos dias: a 12 de agosto Ouafaa Charaf, membro do movimento
20 Março (20F), da AMDH e militante da Via Democrática (VD) foi condenada a um
ano de prisão e uma multa de 5.100 € por uma alegada denuncia falsa; um dia
depois apenas fomos abalados por outra trágica notícia, a morte do jovem
Mustafa Meziani, após 70 dias de greve de fome.
Não
devemos esquecer que Marrocos tinha tentado anteriormente já julgar jornalistas,
como Ali Anouzla, etc. Hoje, há uma longa lista de presos políticos e de
opinião nas prisões marroquinas. A tudo isto devemos adicionar um feroz ataque
sobre as organizações de defesa dos Direitos Humanos, sindicalistas, etc. Como
podemos ver, a situação é, no mínimo, trágica.
Fonte:
Ramón Pedregal Casanova / Rebelión
Ler toda a entrevista em: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=188699
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