terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ross visita a região antes de outubro – afirmam fontes da ONU

Chistopher Ross, tendo a seu lado o Governador da Wilaya de Smara (acampamentos de refugiados)

O Enviado Pessoal do SG das Nações Unidas para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, anunciou a sua intenção de visitar a região antes da reunião da Assembleia Geral da ONU, em setembro, soube-se de fontes da ONU.

A mesma fonte negou o que foi recentemente propagado por alguns meios de comunicação marroquinos a respeito da "suposta" renúncia do mediador internacional, confirmando que Ross prossegue a sua missão, de que foi encarregado pelo Conselho de Segurança e reafirmado na Resolução 2152 de abril (2014), com vista a relançar o processo de negociação através de consultas entre as partes em conflito e de consultas diplomáticas a fim de chegar a uma solução para a questão do Sahara Ocidental.

"Esses rumores refletem a situação grave em que se encontra o regime marroquino devido à sua rejeição da legitimidade internacional e africana e à sua negligência relativamente às recomendações da ONU e da UA", afirmou a mesma fonte, numa referência à designação pela União Africana (UA) do ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano como enviado especial para o Sahara Ocidental.

"Rabat encontra-se também num ‘isolamento internacional e africano’ e que se agrava cada vez mais por causa das suas contínuas violações do direito do povo saharaui à autodeterminação, dos direitos humanos e a não-conformidade com a vontade da comunidade internacional e pela pilhagem dos recursos naturais de um território que está sob a responsabilidade das Nações Unidas", sublinhou.

A mesma fonte referiu ainda que o Relatório do Secretário-Geral da ONU, de abril de 2014, a resolução do Conselho de Segurança, a proposta de Washington e as vozes que pedem a proteção dos direitos humanos no Sahara Ocidental ocupado colocaram Rabat perante uma "nova realidade", e confirmam que a questão do Sahara Ocidental começou a entrar numa nova fase.

Recorde-se que Ban Ki-moon pediu no seu último relatório, de 17 de abril último, uma revisão do processo de negociação entre as duas partes comprometido desde 2007 se, em abril de 2015, nenhum progresso for registado para a solução do conflito.

SPS

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