A Conferência de Paris sobre a luta contra
o terrorismo terminou ontem. Ela concluiu com a necessidade de apoiar o Iraque contra
o «Estado Islâmico» por todos os meios militares e políticos. Marrocos, uma vez
mais, não foi convidado para esta conferência, como já não o fora para a
Conferência de Djeddah que teve lugar quinta-feira da semana anterior.
A conferência, que teve lugar em Paris
esta segunda-feira, é o segundo encontro internacional consagrado à luta contra
o movimento extremista Daesh, a primeira foi organizada em Djeddah, na semana
passada, com a participação de vários países árabes, EUA e a Turquia, enquanto
a conferência de Paris contou com a participação de outros países e organizações.
Na sequência da conferência, o Estados
empenharam-se em participar em operações militares de combate ao Daesh no Iraque,
com a possibilidade de serem estendidas à Síria, com vista à destruição desta
organização e afastar o caos político do Médio Oriente.
A Conferência de Paris procurou
sobretudo obter uma legitimidade política para se chegar a um consenso face ao
Daesh. Ela reuniu, no campo ocidental, os EUA, a Espanha, a França, Itália e
Holanda, enquanto do lado Árabe, participaram países moderados, como os do Golfo,
o Egipto, a Jordânia. A grande surpresa foi o facto de Marrocos ter sido soberbamente
ignorado.
Mohamed VI: o Convite não chegou...! |
No entanto, Marrocos é conhecido como
um país tanto próximo do campo ocidental como se situar entre os Estados árabes
moderados. Costuma estar presente em todas as iniciativas do CCG (Conselho de
Cooperação do Golfo), bem como as promovidas pela França. Marrocos considera-se
um “player” importante da comunidade internacional em matéria de luta contra o
terrorismo. Não só não hesita em participar em todas as iniciativas, como está
sempre a oferecer os seus serviços. Então, por que foi marginalizado desta vez quando
o seu desejo era participar?
Alifpost obteve uma explicação de uma
fonte que conhece a natureza das relações entre o Golfo e Marrocos. Esta
marginalização terá sido uma decisão do GCC, a mando da Arábia Saudita, em
resposta à falta de entusiasmo demonstrado por Marrocos, quando foi convidado
em 2011 para integrar o Conselho de Cooperação do Golfo.
Do mesmo modo, depois da crise que
eclodiu entre Rabat e Paris nos últimos meses, a França já não está muito motivada
quanto à participação de Marrocos em iniciativas internacionais e regionais,
enquanto antes procurava a todo o custo o seu envolvimento.
Marrocos não forneceu qualquer
explicação para esta marginalização voluntária, exceto a curta declaração do
ministro dos negócios Estrangeiros, Salaheddine Mezouar, que simplesmente afirmou,
com um ar de clara deceção, que Marrocos não fora convidado.
Fonte : Alifpost- 16 set 2014
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