Nações Unidas, 27 out (EFE).- O Conselho
de Segurança da ONU analisou hoje durante mais de duas horas o conflito do Sahara
Ocidental, onde as iniciativas diplomáticas impulsionadas pelo Secretário-Geral
Ban Ki-moon continuam atascadas.
O Enviado Pessoal de Ban para o Sahara,
Christopher Ross, informou os membros do Conselho sobre a situação numa sessão
à porta fechada a após a qual não quis fazer declarações.
Participou também no encontro o subsecretário-geral
para as Operações de Paz da ONU, o francês Hervé Ladsous, que também não falou
com os jornalistas.
A missão das Nações Unidas na zona, a
MINURSO, continua sem receber a sua nova chefe, Kim Bolduc, apesar de ela ter
sido nomeada desde maio passado.
Embora não tenha sido explicada a
razão oficial para a espera, o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino,
Salahedin Mezuar, queixou-se em setembro por Marrocos "não ter sido
consultado" pela ONU no momento da nomeação Bolduc e deu a entender que
não aceitaria a sua chegada até que fossem dadas "muitos esclarecimentos"
sobre o seu mandato.
Para a Frente Polisario, Rabat bloqueia
tanto a chegada da responsável da MINURSO como os esforços diplomático de Ross,
segundo disse hoje à EFE o seu responsável junto da ONU, Ahmed Bukhari.
Para o representante saharaui,
Marrocos colocou "um desafio frontal" às Nações Unidas, ao qual a
organização deve responder. Apesar do apoio manifestado nos últimos meses pelo
Conselho à missão de Ross, o diplomata não viaja para a região desde janeiro e transmitiu
a alguns interlocutores o pessimismo sobre uma possível solução.
O Conselho de Segurança terá que voltar
a pronunciar-se sobre o conflito na próxima primavera, altura em que a Espanha fará
parte do órgão como membro não permanente.
Bukhari espera que a Espanha e outros
países intercedam junto de Marrocos para se avançar em direção a uma solução
para o conflito.
Desde 2007, sob os auspícios da
Organização das Nações Unidas, a Frente Polisario e Marrocos tiveram várias
reuniões para tentar encontrar uma solução para o conflito que remonta a 1975,
após a colonização espanhola do Sahara Ocidental.
Rabat propõe uma ampla autonomia para
o território, desde que este se mantenha sob o chapéu-de-chuva do Estado
marroquino, enquanto a Frente Polisario exige a realização de um referendo de
autodeterminação em que se posse eleger livremente a opção da independência do
povo saharaui.
EFE
Fonte: Caracol de Colômbia
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