A Western Sahara
Resource Watch (WSRW) lançou hoje um relatório sobre os inescrupulosos projetos
da Kosmos Energy de perfurar poços petrolíferos de teste no Sahara Ocidental
ocupado. Em poucas semanas, a empresa pode atingir permanentemente as
aspirações e os direitos do povo saharaui pela liberdade e independência,
iniciando uma eventual exploração de petróleo contrária à ética e objetivamente
ilegal na última colónia de África.
Se a Kosmos prosseguir,
ela tornar-se-á a primeira empresa a iniciar a exploração de petróleo no
território ocupado através de um acordo com a potência ocupante do Sahara
Ocidental — Marrocos. Várias outras empresas petrolíferas retiraram-se do
território sob pressão internacional.
A plataforma de
perfuração fretada pela Kosmos Energy — a Atwood Achiever —, foi construída na Coreia do
Sul e desloca-se lentamente em direção às águas ocupadas do Sahara Ocidental,
passando ao longo da costa da África Austral. A Atwood Achiever deverá iniciar até
o final deste ano a perfuração num dos campos de petróleo mais controversos da
história recente — em terras ocupadas que são objeto de conversações de paz da
ONU .
Faça
aqui download do relatório "Une plate-forme pour un conflit". (em
versão inglesa, a versão francesa estará disponível em breve)
Um parecer jurídico da
ONU de 2002, estipula que a vontade e os interesses do povo saharaui, como povo
único e originário do território, são os dois requisitos legais imprescindíveis
a toda a prospeção e exploração de petróleo que tenha lugar no Sahara
Ocidental. O relatório mostra que essas condições não foram
atendidas.
"A Kosmos Energy
não procurou o consentimento do povo saharaui. Ao invés, a empresa optou por se
juntar às autoridades ocupantes e só fala com partidários de Marrocos, escolhidos
a partir de uma lista preparada pelas autoridades marroquinas para tentar
encobrir as suas operações nos territórios ocupados", disse Erik Hagen,
presidente do Western Sahara Resource Watch.
"Os planos de
perfuração são profundamente antiéticos e só contribuirão para prolongar a
ocupação e as reivindicações infundadas de Marrocos sobre o território",
disse Hagen.
O povo saharaui, que
vive sob o brutal jugo da ocupação marroquina ou no exílio em campos de
refugiados na Argélia, teme que, se o petróleo for encontrado na sua pátria
ocupada, Marrocos não abandonará a sua infundada pretensão sobre o seu país. Os
saharauis têm um direito à autodeterminação reconhecido internacionalmente.
Consequentemente, tem o direito de determinar o futuro estatuto do território e
dos seus recursos.
O autor do parecer
jurídico da Organização das Nações Unidas de 2002, Hans Corell, disse
recentemente que "Quanto mais recursos forem encontrados no Sahara
Ocidental e na sua zona marítima, menos Marrocos tem motivação para cumprir as
resoluções das Nações Unidas e o direito internacional."
A norte-americana Kosmos
Energy detém 55% de uma licença concedida pelo governo marroquino para o bloco
de Bojador, localizado na plataforma marítima de Bojador no Sahara Ocidental -
um território fora das fronteiras internacionalmente reconhecidas de Marrocos, antiga
colónia espanhola e em grande parte ocupada por Marrocos desde 1975.
Mais relatórios do
WSWR: https://pt.scribd.com/wwwvestsaharano
Fonte: WSRW
Sem comentários:
Enviar um comentário