O Presidente do Conselho Nacional Saharaui
(Parlamento), Jatri Adduh, declarou esta quarta-feira que “é um paradoxo que se
celebre um Fórum Mundial sobre direitos humanos num país que viola
constantemente esses mesmos direitos humanos”
Em entrevista à Rádio Argélia Internacional por
motivo do 39.º aniversário da criação do Parlamento saharaui, Jatri Adduh, questionado
sobre o II Fórum de Direitos Humanos que se realiza atualmente em Marraquexe,
disse que “Marrocos reprime e persegue gente inocente e tem presos políticos
saharauis condenados a prisões perpétuas por tribunais militares e muitas mais outras
sentenças não menos duras”.
“É um paradoxo que enquanto se realiza este
fórum em Marraquexe, o território do Sahara Ocidental se encontre sob estado de
sítio, militarizado por completo e onde a gente vive o medo, a perseguição nas
ruas e encarceramento diário”, referiu Jatri Adduh
“Isto faz-me recordar Marrocos nos tempos de
Hassan II e os anos de chumbo, quando os turistas passeavam em jardins de
flores enquanto por debaixo dessas campos de flores se encontravam as prisões secretas
de Gaalat Maguna, Darb Mulay Ali chrif, Tazmamarat, Agdaz, onde jazia gente em péssimas
situações, tanto marroquinos como saharauis”, acrescentou o Presidente do
Parlamento da RASD.
Segundo Jatri Adduh, o governo de Marrocos,
com a organização deste Fórum, “procura envolver quem quer que seja no tema de
direitos humanos como o tem feito com o saque dos recursos naturais do Sahara Ocidental
e o que está fazendo atualmente com a companhia petrolífera norte-americana
Cosmos Energy”, acrescentando que “Marrocos procura constantemente tapar os seus
crimes no Sahara Ocidental”
“Este Fórum, é condenado de fora mas também desde
dentro de Marrocos, como o estão fazendo algumas vozes livres em Marrocos e que
nós saudamos e aproveitamos para transmitir o nosso agradecimento e apoio”,
declarou Jatri Adduh
O Presidente do Parlamento Saharaui afirmou
que “os marroquinos também estão vivendo uma situação muito triste no que
respeita às liberdades essenciais. Marrocos é um país onde não há direitos”,
disse.
(SPS)
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