Durante a sua visita a Marrocos, quinta-feira
passada, o vice-presidente americano, Joseph Biden, que foi recebido pelo rei Mohamed
VI, não escondeu a sua reputação ou a posição do seu país sobre a questão do Sahara
Ocidental.
Mostrou-se inflexível face aos argumentos
avançados pelo rei sobre o plano de autonomia. Enquanto era vivamente aguardada
uma expressão favorável à posição de Marrocos, o vice-presidente dos EUA realmente
surpreendeu todo a gente, incluindo as autoridades marroquinas, que sofreram um
verdadeiro golpe a ponto da agência oficial de notícias oficial MAP ter omitido
um parágrafo do comunicado do gabinete real relativo à questão do Sahara
Ocidental.
No entanto, o comunicado emitido no final da
reunião centrou-se sobre os últimos desenvolvimentos da questão do Sahara
Ocidental. De acordo com a
declaração do Departamento de Estado, os EUA continuam a prestar apoio ao
enviado pessoal do SG da ONU, Christopher Ross, e afastam-se cada vez mais do
plano de autonomia proposto pelo Rei de Marrocos: "Nós [os EUA] continuamos
a apoiar as negociações conduzidas pela Organização das Nações Unidas,
incluindo o trabalho do enviado do Secretário-Geral da ONU, embaixador
Christopher Ross, e incentivamos as partes a encontrar uma solução" –
afirma o comunicado. Um apoio a Christopher Ross longe das posições das
autoridades marroquinas, que repetidamente têm denunciado a parcialidade do
enviado pessoal de Ban Ki-moon. Uma divergência que MAP optou por omitir, agência
que tem-se especializado na desinformação e nos insultos em relação à Argélia.
Em setembro passado, Marrocos estabeleceu uma
condição para que o enviado da ONU pudesse receber o OK para uma visita a
Rabat. Na verdade, o esperado périplo de Christopher Ross pela região, previsto
para setembro, foi adiado por motivos que se relacionam com a não resposta à
condição imposta.
Marrocos exige, previamente, do enviado
pessoal de Ban Ki-moon respostas escritas ao questionário que o Ministério dos
Negócios Estrangeiros marroquino lhe remeteu a 18 de junho em Nova Iorque. Reivindicação
novamente reiterada na segunda-feira.
Daí o suposto bloqueio da reunião do Conselho
de Segurança em outubro, prevista para ser dedicada à avaliação da situação,
com base no novo périplo de Christopher Ross. O chefe da diplomacia marroquina afirma
continuar à espera dos esclarecimentos por parte do mediador americano sobre os
limites da sua missão. Mas o enviado especial não caiu nesta armadilha, estendida
como de costume por Marrocos.
Esta recusa em receber Christopher Ross é consequência
da rejeição marroquina a posições favoráveis a uma extensão do mandato da
MINURSO ao monitoramento dos direitos humanos no Sahara Ocidental. Posições que
o Secretário-Geral das Nações Unidas fez suas, no seu mais recente relatório
divulgado em meados de abril, e apresentado ao Conselho de Segurança. Enviado
de Ban Ki-moon desde 2009, Ross é agora acusado pelo lado marroquino de "parcialidade".
Ross foi confirmado no Verão de 2012 pelo
Secretário-Geral das Nações Unidas. Rabat recusou-se a fixar uma data para uma
visita a Christopher Ross a Marrocos para a retomada das negociações sobre a
solução final, o objeto de sua mediação com a Frente Polisario, enquanto a sua
missão não for claramente definida.
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