terça-feira, 25 de novembro de 2014

Vice-Presidente dos EUA, Joseph Biden, rejeita Plano de Autonomia marroquino




Durante a sua visita a Marrocos, quinta-feira passada, o vice-presidente americano, Joseph Biden, que foi recebido pelo rei Mohamed VI, não escondeu a sua reputação ou a posição do seu país sobre a questão do Sahara Ocidental.

Mostrou-se inflexível face aos argumentos avançados pelo rei sobre o plano de autonomia. Enquanto era vivamente aguardada uma expressão favorável à posição de Marrocos, o vice-presidente dos EUA realmente surpreendeu todo a gente, incluindo as autoridades marroquinas, que sofreram um verdadeiro golpe a ponto da agência oficial de notícias oficial MAP ter omitido um parágrafo do comunicado do gabinete real relativo à questão do Sahara Ocidental.

No entanto, o comunicado emitido no final da reunião centrou-se sobre os últimos desenvolvimentos da questão do Sahara Ocidental. De acordo com a declaração do Departamento de Estado, os EUA continuam a prestar apoio ao enviado pessoal do SG da ONU, Christopher Ross, e afastam-se cada vez mais do plano de autonomia proposto pelo Rei de Marrocos: "Nós [os EUA] continuamos a apoiar as negociações conduzidas pela Organização das Nações Unidas, incluindo o trabalho do enviado do Secretário-Geral da ONU, embaixador Christopher Ross, e incentivamos as partes a encontrar uma solução" – afirma o comunicado. Um apoio a Christopher Ross longe das posições das autoridades marroquinas, que repetidamente têm denunciado a parcialidade do enviado pessoal de Ban Ki-moon. Uma divergência que MAP optou por omitir, agência que tem-se especializado na desinformação e nos insultos em relação à Argélia.

Em setembro passado, Marrocos estabeleceu uma condição para que o enviado da ONU pudesse receber o OK para uma visita a Rabat. Na verdade, o esperado périplo de Christopher Ross pela região, previsto para setembro, foi adiado por motivos que se relacionam com a não resposta à condição imposta.

Marrocos exige, previamente, do enviado pessoal de Ban Ki-moon respostas escritas ao questionário que o Ministério dos Negócios Estrangeiros marroquino lhe remeteu a 18 de junho em Nova Iorque. Reivindicação novamente reiterada na segunda-feira.

Daí o suposto bloqueio da reunião do Conselho de Segurança em outubro, prevista para ser dedicada à avaliação da situação, com base no novo périplo de Christopher Ross. O chefe da diplomacia marroquina afirma continuar à espera dos esclarecimentos por parte do mediador americano sobre os limites da sua missão. Mas o enviado especial não caiu nesta armadilha, estendida como de costume por Marrocos.

Esta recusa em receber Christopher Ross é consequência da rejeição marroquina a posições favoráveis a uma extensão do mandato da MINURSO ao monitoramento dos direitos humanos no Sahara Ocidental. Posições que o Secretário-Geral das Nações Unidas fez suas, no seu mais recente relatório divulgado em meados de abril, e apresentado ao Conselho de Segurança. Enviado de Ban Ki-moon desde 2009, Ross é agora acusado pelo lado marroquino de "parcialidade".

Ross foi confirmado no Verão de 2012 pelo Secretário-Geral das Nações Unidas. Rabat recusou-se a fixar uma data para uma visita a Christopher Ross a Marrocos para a retomada das negociações sobre a solução final, o objeto de sua mediação com a Frente Polisario, enquanto a sua missão não for claramente definida.


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