Pelos vergonhosos acordos de Madrid, de 14 de
novembro de 1975, Espanha abandonava «oficialmente» a sua colónia do Sahara
Ocidental a 26 de Fevereiro de 1976. A Frente POLISARIO (Popular de Libertação
do Saguia El Hamra e Rio do Ouro), liderada pelo seu fundador e líder
histórico, El Ouali Mustapha Sayed, proclamou unilateralmente a República Árabe
Saharaui Democrática (R.A.S.D.) a 27 de fevereiro de 1976. Passaram-se 39 anos...,
mas Espanha guarda uma enorme obrigação moral e jurídica para com o Povo que abandonou à
crueldade dos invasores.
Espanha pactuou em segredo com Marrocos a “Marcha
Verde”.
O agonizante regime de Franco, com Juan Carlos à cabeça, cedeu à estratégia
de Rabat para ocupar o Sahara a troco de uma "saída elegante".
"Espanha está comprometida com a autodeterminação
do Sahara". A declaração de intenções é de agosto de 1973. Então, ao
exausto regime de Franco restava-lhe esta colónia. A Frente Polisario havia
lançado a sua guerra de guerrilha e a administração de Franco tentava assumir a
sua responsabilidade perante a ONU para abandonar o que se tinha tornado um
problema e para que a sua imagem não ficasse demasiada danificada ante as
ambições territoriais de outros países.
O que aconteceu durante os dois anos
seguintes? Desde as declarações de Laureano López Rodó, o então ministro de
Negócios Estrangeiros, até à ocupação assumida por Rabat, milhares de conversas
ocorreram para negociar o destino do povo saharaui. Os telegramas de Kissinger
coletados pelo Wikileaks evidenciam a enorme atividade diplomática entre os
países interessados em ganhar um pedaço do bolo.
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