sábado, 7 de março de 2015

Marrocos, o primeiro exportador de cannabis do mundo


 
Cartoon de Lounis


  • Esta atividade ilegal representa 10% do PIB do país (114 mil milhões de dólares em 2014)
  • 65% do haxixe apreendido pelas autoridades no mundo provem deste país africano


REBECA HORTIGÜELA - EL MUNDO Rabat

Segundo confirma o relatório de 2014 da Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes (JIFE) — cujos dados foram hoje conhecidos em Marrocos —10% do Produto Interno Bruto (PIB) de Marrocos corresponde à exportação da resina de cannabis. Sobretudo para Europa, que continua a ser o primeiro cliente e o primeiro consumidor desta droga. Embora se tenham observado peculiaridades como o desvio clandestino de 80 toneladas por parte dos barcos de pesca de Marrocos para o Egipto, tal como cita o relatório.

Embora a percentagem que esta atividade ilegal representa no PIB tenha baixado um pouco —já que em 2011, a quantidade de cannabis exportada por Marrocos representou 11% do PIB e em 2012, 12% — Marrocos continua a ser o maior exportador deste psicotrópico no mundo, superando o Afeganistão e a Jamaica. Ambos os países produzem aproximadamente 12.000 toneladas de haxixe. No entanto, a marroquina supera-a em muito: 38.000 toneladas. "Marrocos é sempre o primeiro produtor de cannabis do continente africano e do mundo, mesmo embora a produção tenha baixado", explica a JIFE.

57.000 hectares dedicados ao haxixe

A maioria dos cultivos estão nas montanhas do Rif e mais concretamente na região da cidade de Issaguen, conhecida tradicionalmente como Ketama. Segundo dados de 2005 do Departamento da ONU contra o delito e a droga (ONUDD), 89.900 famílias vivem do cultivo do kif nessas terras e, segundo um cálculo estimado, não ganham mais de 2.000 euros por ano. Portanto, não são eles que beneficiam dos rendimentos económicos da exportação desta droga que rende 114 mil milhões de dirhmas por ano (10,6 mil milhões de Euros) em Marrocos.

Os camponeses queixam-se de ser marionetas das mafias do narcotráfico que compram os seus produtos e os convertem em haxixe, assegurando-lhes que se a legalização do kif chegar ao país alauita então as suas sus condições mudariam consideravelmente.


Ver também o artigo de GLOBEDIA: “El cannabis uno de los pilares del rey billonario marroquí Mohamed VI, el dilapidador”

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