- Esta atividade ilegal representa 10% do PIB do país (114 mil milhões de dólares em 2014)
- 65% do haxixe apreendido pelas autoridades no mundo provem deste país africano
REBECA HORTIGÜELA - EL MUNDO Rabat
Segundo confirma o relatório de 2014 da
Junta Internacional de Fiscalização de Estupefacientes (JIFE) — cujos dados foram
hoje conhecidos em Marrocos —10% do Produto Interno Bruto (PIB) de Marrocos
corresponde à exportação da resina de cannabis. Sobretudo para Europa, que continua
a ser o primeiro cliente e o primeiro consumidor desta droga. Embora se tenham observado
peculiaridades como o desvio clandestino de 80 toneladas por parte dos barcos
de pesca de Marrocos para o Egipto, tal como cita o relatório.
Embora a percentagem que esta atividade
ilegal representa no PIB tenha baixado um pouco —já que em 2011, a quantidade
de cannabis exportada por Marrocos representou 11% do PIB e em 2012, 12% — Marrocos
continua a ser o maior exportador deste psicotrópico no mundo, superando o Afeganistão
e a Jamaica. Ambos os países produzem aproximadamente 12.000 toneladas de haxixe.
No entanto, a marroquina supera-a em muito: 38.000 toneladas. "Marrocos é sempre
o primeiro produtor de cannabis do continente africano e do mundo, mesmo embora
a produção tenha baixado", explica a JIFE.
57.000
hectares dedicados ao haxixe
A maioria dos cultivos estão nas
montanhas do Rif e mais concretamente na região da cidade de Issaguen, conhecida
tradicionalmente como Ketama. Segundo dados de 2005 do Departamento da ONU
contra o delito e a droga (ONUDD), 89.900 famílias vivem do cultivo do kif nessas
terras e, segundo um cálculo estimado, não ganham mais de 2.000 euros por ano.
Portanto, não são eles que beneficiam dos rendimentos económicos da exportação desta
droga que rende 114 mil milhões de dirhmas por ano (10,6 mil milhões de Euros) em
Marrocos.
Os camponeses queixam-se de ser
marionetas das mafias do narcotráfico que compram os seus produtos e os convertem
em haxixe, assegurando-lhes que se a legalização do kif chegar ao país alauita então
as suas sus condições mudariam consideravelmente.
Ver também o artigo de GLOBEDIA: “El cannabis uno de los pilares del
rey billonario marroquí Mohamed VI, el dilapidador”
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