Esta saharaui, residente em Santa Cruz de Tenerife, está há 33 dias em
greve de fome diante do Consulado de Marrocos, ingerindo apenas água com açúcar,
para exigir que lhe entreguem o corpo do seu filho, morto no passado mês de
fevereiro após ter sido apunhalado por cidadãos marroquinos em El Aaiún,
capital do Sahara Ocidental ocupado. O seu estado é muito grave.
É a quarta vez que esta mulher saharaui é internada durante a sua greve
de fome, e a segunda nos últimos dois dias. Takbar Haddi foi hospitalizada
hoje, terça-feira, depois de ter vomitado e cuspido sangue, segundo informa na internet
a plataforma de apoio ao seu protesto.
Takbar Haddi, além de exigir a entrega do corpos do seu filho assassinado
exige também que os autores do apunhalamento sejam detidos e que seja investigado
se o seu filho recebeu a atenção adequada quando estava ainda vivo, quer por parte
da Polícia marroquino como pelo serviços de saúde.
O Consulado de Marrocos em Las Palmas de Gran Canaria referiu nas últimas
semanas que havia oferecido aos familiares de Haddi o cadáver do jovem assassinado,
mas estes recusaram a entrega. A própria Takbar Haddi confirmou esta versão, mas
sublinhou que, em troca, os marroquinos haviam exigido que renunciasse à autópsia.
E os gendarmes do Mundo continuam em silêncio?
ResponderEliminarAté quando a Humanidade continuará ignorando estas desgraças sem um soluço de dor, sem um grito de revolta?
Recordo o Poeta Miguel Torga: «Há por aí alguém que saiba o que diz a uma mãe que entregou à vida um filho vivo e recebeu da vida um filho morto?
Aqui deixo a minha lágrima e o meu abraço fraterno.
José-Augusto de Carvalho
Alentejo * Portugal