sábado, 20 de junho de 2015

Embaixador de Marrocos na ONU terá reconhecido a veracidade dos documentos revelados por «Chris Coleman»




Após o artigo da revista Foreign Policy é a vez do diário britânico The Guardian voltar a abordar uma questão muito sensível e que incomoda ao mais alto grau a diplomacia marroquina. Tratam-se das relações mantidas entre Omar Hilale, ex-embaixador de Marrocos junto das Nações Unidas em Genebra e que e ocupa agora o mesmo cargo em Nova Iorque, e alguns altos funcionários do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.

Numa longa reportagem, o diário londrino garante que o embaixador teve acesso a correspondência confidencial do ACDH da ONU sobre o Sahara Ocidental. O artigo não revela o nome ou nomes do suspeito ou suspeitos que alegadamente passaram os documentos ao diplomata marroquino, mas concentra a sua argumentação nos documentos revelados pelo estranho hacker "Chris Coleman" para apoiar as suas informações.

Este misterioso hacker, que alguns acreditam tratar-se de uma cobertura dos serviços secretos franceses, divulgou na Internet - através de várias contas do Twitter que muitas vezes eram suspensas -, milhares de documentos e e-mails confidenciais da diplomacia e dos serviços secretos marroquinos.

De acordo com o The Guardian, Marrocos comprou a simpatia dos responsáveis do ACDH da ONU, fazendo uma doação de mais de 7 milhões de dólares àquele organismo das Nações Unidas. "Em comparação, a vizinha Argélia doou 1,5 milhões dólares durante o mesmo período", diz o diário.
O The Guardian refere também um relatório do Departamento de Operações de Manutenção da Paz (DPKO, na sua sigla em Inglês), que afirma que "a análise desses documentos mostra que a confidencialidade das comunicações das Nações Unidas tem sido seriamente comprometida repetidamente por Marrocos, que intercetou a correspondência interna da ONU em Genebra, Nova York e El Layoune". A DPKO garante que numa mensagem datada de 22 de agosto de 2014, o embaixador Hilale refere explicitamente os "documentos do secretariado que foram intercetados."
Através da voz do porta-voz do governo marroquino, este tem insistido que não cabe a Marrocos fazer "comentários ou dar qualquer credibilidade aos documentos divulgados, falsificados e grosseiramente explorados maliciosamente por um indivíduo ou um grupo de indivíduos que se escondem por detrás de contas de media sociais com falsas identidades embora afirmando claramente que a sua intenção é a de desestabilizar o nosso país e prejudicar os nossos interesses nacionais. "

No entanto, de acordo com o The Guardian, o DPKO indica que numa reunião em outubro de 2014, com Jeffrey Feltman, subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos do Próximo Oriente, Omar Hilale não negou a veracidade da substância de todos os documentos publicados. E o DPKO acrescenta: "É importante referir que todos os acontecimentos discutidos nessa correspondência tiveram lugar."

Artigo do jornal online marroquino independente «Demain»

Todos os documentos revelados por Chris Coleman em:

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