segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Marrocos impede primeira atividade da associação saharaui que havia legalizado




Rabat, EFE - As autoridades marroquinas impediram que se realizasse em El Aaiún, capital administrativa do Sahara Ocidental, a primeira actividade organizada por uma associação saharaui legalizada recentemente por Marrocos.

Segundo disse hoje à agência EFE Galia Djimi, vice-presidente da recém legalizada Associação Saharaui de Vítimas de Violações de Direitos Humanos (ASVDH), a primeira actividade levada a cabo desde que foram legalizados no passado dia 22 de junho não pôde realizar-se porque não deixaram entrar na cidade três mulheres do País Vasco que pretendiam lecionar um curso.

Na passada sexta-feira, Gloria Guzmán e Irantzu Mendia, da Red Basca de Apoio às Mulheres Saharauis, e Idoia Eizmendi, da Red de Igualdade do município de Getxo (Bizkaia), chegaram de avião a El Aaiún vindas de Las Palmas de Grã Canaria, mas não puderam entrar no território por serem consideradas pelas autoridades, segundo Djimi, como "personas no gratas".

Brahim Dahane e Galia Djimi, presidente e vice-presidente da recém legalizada Associação Saharaui de Vítimas de 
Violações de Direitos Humanos (ASVDH)

A vice-presidente da ASVDH sublinhou que estas três mulheres já haviam dado um curso em El Aaiún sobre memória histórica em janeiro, durante quatro dias, e já então tinha havido problemas.
A ASVDH é presidida pelo ex-preso político Brahim Dahane é a primeira associação saharaui abertamente independentista autorizada por Marrocos.

Tal como todas as outras associações independentistas, a ASVDH tinha existência desde 2005 fora da legalidade e isso impedia de ter uma sede, um número de telefone ou uma conta bancária em seu nome, pelo que todas as suas actividades (reuniões, doações, etc.) se faziam a título individual e em domicílios privados.

No entanto, isso não os impediu gozar de uma relativa tolerância, e tanto o seu presidente como a sua vice-presidente e outros membros viajavam para o estrangeiro para participar em congressos ou sessões de formação.
Fonte: La Vanguardia


Foto: Brahim Dahane e Galia Djimi, presidente e vice-presidente da ASVDH

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