A 14 de novembro
de 1975, faz agora 40 anos, Espanha violou a legalidade internacional e entregou
o Sahara Ocidental a Marrocos e à Mauritânia faltando à sua própria palavra.
Espanha tinha-se comprometido a descolonizar e a realizar um referendo de
autodeterminação no território mas, em vez disso, executou a entrega do mesmo aos
mencionados países. Quarenta anos depois desse acontecimento e 24 anos depois do
cessar-fogo entre a Frente Polisario e Marrocos, metade da população saharaui
vive em condições infra-humanas nos acampamentos de refugiados da Argélia e a outra
metade sob a ocupação marroquina no Sahara Ocidental.
O professor
de História na Universidade Rei Juan Carlos de Madrid, José Luis Rodríguez Jiménez, publica “Agonía, traición y huida” (Crítica),
uma crónica cheia de testemunhos e papéis privados de políticos e militares que
testemunham o abandono de Espanha do Sahara no meio do desinteresse e da incompetência
do franquismo. "Intitulei-o assim porque é a agonia do franquismo, com um ditador
morrendo na cama e o seu braço-direito assassinado [o Almirante Luis Carrero
Blanco]; a fuga, porque a saída de Espanha vai ser precipitada obrigando os
civis a partir; e traição, porque Espanha em maio de 1975 muda o seu discurso e
vai atuar de forma contrária ao que há décadas vinha dizendo em relação ao Sahara".
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