segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Aminetu Haidar denuncia o recrutamento por Marrocos de milícias armadas contra o povo saharaui




A ativista pelos direitos humanos do povo saharaui Aminetu Haidar denunciou um agravamento da situação dos Direitos Humanos no Sahara Ocidental e o "recrutamento" de "milícias armadas formadas por colonos marroquinos" contra o povo saharaui.

Na intervenção que proferiu na 40ª Conferência Internacional de Solidariedade com o Sahara Ocidental que se realizou sexta-feira e sábado em Madrid, a ativista fez um apelo à comunidade internacional a atuar com o objetivo de "proteger os civis saharauis".

Aminetu criticou a visita do rei de Marrocos, Mohamed VI, ao Sahara, considerando-a um reforço do 'statu quo' "da ocupação" e um incitamento a "centenas de colonos marroquinos contra os saharauis".



"O Estado marroquino, de maneira clara e sistemática, continua violando os direitos humanos nos Territórios Ocupados do Sahara Ocidental, continua vulnerando o direito à vida, à integridade física", referiu a ativista aos participantes na 40.ª EUCOCO.

Aminetu sublinhou que Marrocos continua sendo responsável "da fuga do povo saharaui e do intento do seu genocídio, através da implementação de políticas de repressão e reassentamento cujo objetivo é o desaparecimento da identidade saharaui".



Neste contexto, clamou às Nações Unidas e ao Conselho de Segurança que "pressionem o Estado marroquino a que respeite os seus compromissos internacionais, o primeiro dos quais é o respeito da legalidade internacional", advertindo que no caso de nada ser feito "as coisas irão piorar muito mais".

A ativista referiu-se também ao 40º aniversário da saída de Espanha do Sahara Ocidental e apontou Madrid como "responsável" do sofrimento do povo saharaui. Nesse sentido, pediu a todos os intervenientes que "pressionem o Governo espanhol a que assuma a sua responsabilidade" para pôr fim ao conflito, preservando "a dignidade do povo saharaui" e garantindo o "seu direito à autodeterminação".

No mesmo sentido se pronunciou o presidente da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) e líder da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, que recordou na sua intervenção que "há precisamente 40 anos e nesta mesma e bela cidade de Madrid, as autoridades espanholas, subscreveram um documento incriminatório, em virtude do qual faziam a renuncia expressa às suas responsabilidades legais para com o povo saharaui e o Sahara ocidental".

Abdelaziz criticou a atuação de Espanha e pediu que repare a "pesada herança que o Estado espanhol ainda assume", que denuncie "os vergonhosos acordos de Madrid" e assuma a "sua plena responsabilidade legal e moral na realização de um referendo de autodeterminação para o povo saharaui

Fonte: Europa Press, Madrid


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