A ativista pelos
direitos humanos do povo saharaui Aminetu Haidar denunciou um agravamento da
situação dos Direitos Humanos no Sahara Ocidental e o "recrutamento"
de "milícias armadas formadas por colonos marroquinos" contra o povo saharaui.
Na
intervenção que proferiu na 40ª Conferência Internacional de Solidariedade com
o Sahara Ocidental que se realizou sexta-feira e sábado em Madrid, a ativista fez
um apelo à comunidade internacional a atuar com o objetivo de "proteger os
civis saharauis".
Aminetu criticou
a visita do rei de Marrocos, Mohamed VI, ao Sahara, considerando-a um reforço
do 'statu quo' "da ocupação"
e um incitamento a "centenas de colonos marroquinos contra os
saharauis".
"O Estado
marroquino, de maneira clara e sistemática, continua violando os direitos humanos
nos Territórios Ocupados do Sahara Ocidental, continua vulnerando o direito à vida,
à integridade física", referiu a ativista aos participantes na 40.ª EUCOCO.
Aminetu sublinhou
que Marrocos continua sendo responsável "da fuga do povo saharaui e do intento
do seu genocídio, através da implementação de políticas de repressão e reassentamento
cujo objetivo é o desaparecimento da identidade saharaui".
Neste
contexto, clamou às Nações Unidas e ao Conselho de Segurança que "pressionem
o Estado marroquino a que respeite os seus compromissos internacionais, o primeiro
dos quais é o respeito da legalidade internacional", advertindo que no caso
de nada ser feito "as coisas irão piorar muito mais".
A ativista referiu-se
também ao 40º aniversário da saída de Espanha do Sahara Ocidental e apontou Madrid
como "responsável" do sofrimento do povo saharaui. Nesse sentido, pediu
a todos os intervenientes que "pressionem o Governo espanhol a que assuma
a sua responsabilidade" para pôr fim ao conflito, preservando "a
dignidade do povo saharaui" e garantindo o "seu direito à autodeterminação".
No mesmo sentido
se pronunciou o presidente da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) e
líder da Frente Polisario, Mohamed Abdelaziz, que recordou na sua intervenção
que "há precisamente 40 anos e nesta mesma e bela cidade de Madrid, as
autoridades espanholas, subscreveram um documento incriminatório, em virtude do
qual faziam a renuncia expressa às suas responsabilidades legais para com o
povo saharaui e o Sahara ocidental".
Abdelaziz criticou
a atuação de Espanha e pediu que repare a "pesada herança que o Estado espanhol
ainda assume", que denuncie "os vergonhosos acordos de Madrid" e
assuma a "sua plena responsabilidade legal e moral na realização de um referendo
de autodeterminação para o povo saharaui
Fonte: Europa
Press, Madrid
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