O fundador da
Organização Mundial contra a Tortura (OMCT), Eric Sottas, afirmou hoje que
"o cálculo" dos EUA e França sobre o conflito do Sahara Ocidental é "absurdo",
porque "deixar que apodreça" propiciará a formação de grupos islamitas
radicais e levará à desestabilização da zona.
Este
"cálculo em termos políticos e de segurança" é "errado" e "perigoso",
realçou Sottas na apresentação do "Encontro internacional sobre direitos humanos
e justiça transicional no Sahara Ocidental", que teve início hoje em San
Sebastián, no âmbito dos Cursos de Verão da Universidade do País Basco.
O fundador da
OMCT rejeitou a postura dos Estados Unidos e da França, que, na sua opinião,
"consideram perigoso ter na fronteira com Marrocos um Estado que seria mais
débil, em termos de controlo militar, com as forças islâmicas do Mali e de outros
países". Não questionando a soberania marroquina sobre o Sahara Ocidental
tratan, acrescentou, de "estabilizar Marrocos como fronteira com a Europa".
Porém, acrescentou,
"deixando que a situação apodreça, estão a criar mais terrorismo do que a
contê-lo".
"Deixar
que se multipliquem as situações de repressão, tortura ou negação de um mínimo
de direitos é uma maneira de marginalizar a população " saharaui e de
criar "condições" para que se criem grupos que vão radicalizar-se e desestabilizar
a zona", destacou o perito suíço.
O forense
Paco Etxeberria, que também interveio no encontro, recordou por seu lado o trabalho
de exumação de corpos de cinco fossas comuns levado a cabo nos últimos três anos,
na continuação dos relatórios e investigações do Instituto Hegoa.
Afirmou que
"tarde ou cedo Marrocos terá que reconhecer internacionalmente a existência
de fossas comuns no seu território" e não poderá perpetuar-se na ideia de
negar" esta realidade.
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