sábado, 27 de fevereiro de 2016

Sahara Ocidental: 40º aniversário do abandono e traição de Espanha



 Cumpriram-se ontem, 26 de Fevereiro , 40 anos do definitivo abandono por parte do Estado espanhol do Sahara Ocidental, perpetuando assim a última colónia de África. Até esse momento, era considerada a 53.ª província espanhola e os seus habitantes tinham Bilhete de Identidade espanhol. Espanha entregou o território a Marrocos e à Mauritânia contra a vontade dos seus habitantes e da Comunidade Internacional que reconhecia o direito à autodeterminação do Povo Saharaui, dando origem a um dos conflitos mais antigos por resolver do planeta, e também um dos mais esquecidos.

A celebração dos ilegais Acordos Tripartidos de Madrid, de 14 de Novembro de 1975, constitui, sem dúvida, um dos legados mais obscuros e tenebrosos herdados pela Espanha democrática em matéria de política exterior. Pelos referidos Acordos, punha-se fim a mais de cem anos de presença colonial espanhola, permitindo a entrega e divisão do territorio, traindo as promessas feitas à população, e colaborando diretamente na agressão e expulsão do Povo Saharaui da sua terra, condenando-o ao exílio ou à ocupação militar estrangeira num planificado processo de genocídio.

Face ao vazio político e legal criado pelo abandono do potência colonial a Frente Popular de Libertação do Saguia El Hamra e Rio do Ouro (Frente POLISARIO) — movimento representativo da nação saharaui  — decretou a 27 de Fevereiro a constituição da República Árabe Saharaui Democrática (RASD). A RASD é uma realidade, é reconhecida internacionalmente por mais de 80 Países e faz parte da União Africana (UA).

Só um Estado saharaui independente pode garantir a estabilidade e a cooperação no Magrebe. Depois de 40 amos de guerra, exilio e repressão, não há qualquer solução estável que não tenha que contar com a manifestação da vontade livre do Povo Saharaui.

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