quarta-feira, 23 de março de 2016

Marrocos pede lista completa dos 28 civis que restam na missão da ONU no Sahara



Rabat, 22 mar (EFE) - O governo de Marrocos pediu à ONU uma lista completa de "todos os civis que ficam na missão do Sahara Ocidental" (MINURSO), depois de completar a expulsão de 73 deles no passado domingo.
 Segundo disseram à EFE fontes do departamento da ONU de missões internacionais de paz, contactadas desde Rabat, a expulsão dos 73 membros afetou a totalidade de membros da "equipa política".

Ainda que num primeiro momento Marrocos tenha comunicado uma lista de 84 pessoas que deviam abandonar o território, onze deles já não trabalhavam com a MINURSO.

A petição de uma lista de todos os restantes parece indicar que poderá haver novas expulsões no futuro, ainda que as fontes não o tenham especificado.

A pesar do governo marroquino não o ter tornado público, Farhan Haq, porta-voz da Secretaria-Geral, disse ontem em Nova Iorque que o Governo marroquino exigiu também o encerramento do "posto militar de ligação" da missão na cidade de Dakhla, no sul do Sahara, o que supões a "primeira exigência dirigida à componente militar", disse o porta-voz.

Ontem, o portal www.le360.ma, meio próximo do Palácio, assegurou que essa expulsão afetava dois capacetes azuis por exercerem "atividades contrárias à sua missão", e concretamente por entrarem em contacto com meios separatistas saharauis na cidade.

Todas estas medidas foram tomadas em represália pelas declarações e gestos que Marrocos considerou "hostis" e "insultuosos" por parte do Secretário-Geral, Ban Ki-moon, na sua última visita ao Sahara, a quem acusam de ter-se mostrado parcial a favor da Polisario.

Haq recordou ontem que as expulsões se fizeram "sob coação", e que com estas medidas Marrocos viola o acordo para o estabelecimento da MINURSO e obstaculiza as suas operações.


Marrocos encontra-se imerso num conflito aberto com o Secretário-Geral Ban Ki-moon, e ainda que a versão oficial em Rabat sublinhe que esse conflito é só com ele, as últimas medidas indicam que o conflito e o descontentamento também afetam a própria missão de paz, cujo mandato o Conselho de Segurança de renovar em Abril.

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