terça-feira, 15 de março de 2016

Marrocos tem medo do próximo relatório de Ban Ki-moon




Marrocos não queria que o Secretário-Geral Ban Ki-moon visitasse a região antes de abril, data em que o Conselho de Segurança avalia os avanços realizados no processo de paz no Sahara Ocidental na base do conteúdo do relatório do chefe da ONU. Essa é a razão que se encontra por detrás da alegada ausência do rei, um pretexto avançado para evitar receber a Ban, apesar da insistência da comunidade internacional.

A negativa de Marrocos não impediu a Ban realizar uma parte da sua agenda com o fito de concretizar um dos objetivos desta viagem: chamar a atenção da comunidade internacional para a situação dos saharauis refugiados que data de há 40 anos e desta maneira obrigar o seu sucessor a tê-lo em conta. Daí as suas declarações cujo objetivo é dar um impulso ao processo de paz nascido vai agora para 24 anos, recordando que se trata de um problema de descolonização de um território não autónomo que deve desfrutar do direito à autodeterminação.

Marrocos protestou contra esta declaração e organizou várias manifestações para as condenar. Mas a verdadeira razão desta campanha contra o responsável da ONU é o medo do que ele vai colocar no seu relatório depois destas enérgicas declarações. Sabem muito bem que ele irá ser muito severo depois de tantos anos de indulgência com as manobras marroquinas tendentes a atrasar o fruto dos esforços das Nações Unidas para encontrar uma solução "justa e mutuamente aceitável na base do direito do povo saharaui à autodeterminação" como o estipula as diferentes resoluções do Conselho de Segurança.

O governo marroquino pretende criar um sentimento de culpabilidade no chefe da ONU com o fim de obter desculpas traduzidas em concessões no conteúdo do próximo relatório que Ban submeterá ao Conselho de Segurança em finais de abril.

O ruido levantado pelas autoridades de Marrocos demonstra o grau de pânico que reina em Rabat.


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