sábado, 20 de outubro de 2018

A luta e resistência do povo do Sahara Ocidental no Doclisboa 2018





Com o apoio da AAPSO-Associação de Amizade Portugal Sahara Ocidental, vai ser exibido na programação do doclisboa 2018, uma súmula de documentários feitos pela Equipa Média daquele país. A exibição terá lugar no dia 23, no cinema S. Jorge - sala 2, em Lisboa, às 21,30h e o debate que se seguirá contará com a presença de um dos realizadores, Sabbar  Bani, que se deslocará desde os territórios ocupados.

Contamos com a vossa presença e divulgação da sessão!


Foco: EQUIPE MEDIA - 23 OUT / 21.30, São Jorge – Sala 2

Durante a sessão, Sabbar Bani, do coletivo Equipe Media, apresentará e comentará vários filmes, seguindo-se um debate.
A antiga colónia espanhola do Sahara Ocidental foi ocupada pelo Reino de Marrocos em 1976, com a anuência da então potência colonial, a troco de compensações na exploração dos fosfatos e da pesca, as duas grandes riquezas do território.
O território integra, há décadas, a lista das Nações Unidas de possessões ultramarinas a descolonizar. Em 1991, as duas partes do conflito — Marrocos e a Frente POLISARIO — estabeleceram com a ONU um acordo de cessar-fogo após 16 anos de guerra. O acordo previa a realização de de um Referendo de Autodeterminação seis meses depois à população autóctone. Foi então criada a Missão das Nações Unidas para a Realização do Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO).
27 anos depois, o povo saharaui continua à espera que a ONU concretize a promessa. O atual Enviado Pessoal do SG da ONU para o conflito, o ex-presidente alemão Horst Köhler, conseguiu que Marrocos e Frente Polisario se sentassem de novo à mesa de negociações, o que acontecerá no início do próximo mês de Dezembro, em Genebra.
O cinema é uma arma importante na luta dos saharauis – grupos de ativistas registam, divulgam e denunciam a violência de que são alvo. A violação dos mais elementares direitos humanos faz parte do quotidiano. A MINURSO, presente no terreno, é a única missão da ONU que não tem delegação em termos de vigilância e cumprimento dos Direitos Humanos no território.



Bani Sabbar – O realizador

É um jovem realizador Saharaui do coletivo Equipe Media. Em 1992, foi raptado por elementos dos serviços de segurança interna marroquinos, tendo sido mantido em isolamento total e sujeito a maus tratos durante seis meses, na prisão Pccimi para presos políticos saharauis, em El Aaiún. Durante este período, nunca foi acusado e nunca compareceu diante de um juiz. Esta prisão de alta segurança foi desmantelada em 2014.
Em 1993, Bani Sabbar foi novamente preso durante dois meses na prisão "Negra", em El Aaiún, sob o pretexto de perturbar a ordem pública.

Equipe Media – Coletivo de jornalistas-resistentes

A Equipe Media nasceu em 2009 com o propósito de documentar e difundir a opressão do Povo Saharaui perpetrada pelo ocupante marroquino. As atividades deste coletivo de jovens Saharauis são criminalizadas por Marrocos. É um dos poucos grupos de ativistas a conseguir informar regularmente a comunidade internacional sobre a realidade vivida nos territórios do Sahara Ocidental, através da palavra e das imagens captadas e distribuídas clandestinamente.
O seu documentário " 3 Câmaras Roubadas" ganhou o prémio de melhor curta-metragem 2018 no Festival Internacional de Cinema de Sulaymaniyah, Curdistão.
O coletivo publica informação sobre o SO ocupado e colabora com a Amnistia Internacional, Human Rights Watch e outras ONGs internacionais dedicadas aos direitos humanos.
A maioria dos membros do coletivo Equipe Media foram presos, torturados, espancados e perderam os seus empregos por causa do seu ativismo. Banbari Mohamed foi sentenciado a seis anos de cadeia; Bachir Khada cumpre 20 anos de prisão e Lekhfaouni Abdaiahi foi condenado a prisão perpétua.

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