sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Espanha vende ou “regala” material bélico a Marrocos em plena guerra na sua antiga colónia do Sahara Ocidental


Pedro Sánchez, presidente do Governo de Espanha, 
com o primeiro-ministo marroquino, Saadeddine Othmani 



Barcos patrulha, veículos todo-o-terreno, aparelhos de vigilância noturna de alta precisão, munições de vários tipos. Espanha é um supermercado de armamento para o Reino de Marrocos. 

O poder alauita vai, no entanto, ameaçando a recuperação dos territórios de Ceuta e Melilla, ao mesmo tempo que utiliza como 'argumentos' o envio de toneladas de haxixe (ou não fosse ele o principal produtor e exportador mundial), os milhares de imigrantes ilegais e o espantalho bem real da ameaça terrorista. O crime compensa?!     

 

Conforme anunciado pelo Governo de Espanha, a empresa de construção naval Navantia, construirá um navio de vigilância para Marrocos em plena guerra do Sahara Ocidental.

A Marinha Real Marroquina assinou um contrato com a estatal espanhola Navantia para desenhar e construir um barco patrulha de alta calado por um preço superior a 120 milhões de dólares.

O anúncio foi feito há dias pela ministra da Fazenda, María Jesús Montero, durante a visita aos estaleiros navais de Cádiz, em que esteve acompanhada pela presidente da empresa estatal, Belén Gualda.

O anúncio ocorre num momento caracterizado pelo reatamento da guerra no Saara Ocidental, que eclodiu em 13 de novembro, depois de o exército marroquino ter invadido a zona desmilitarizada do SO através da ilegal passagem em El Guerguerat, junto à fronteira com a Mauritânia.

Além disso, recentemente, Marrocos expressou a sua intenção de iniciar “a batalha” pelas cidades espanholas de Ceuta e Melilla.

De sublinhar que vários militares espanhóis de alta patente expressaram preocupação com a agressividade do Marrocos e as suas intenções expansionistas que afetam diretamente toda a vizinhança.

Em comunicado, a empresa estatal garante que a construção do barco-patrulha garante um milhão de horas de trabalho para os estaleiros, além de 250 empregos durante os três anos e meio de construção.

Recorde-se que, muito recentemente, um deputado da Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) pediu ao Governo de Espanha que suspenda a venda de armas a Marrocos se não pode garantir que as mesmas não sejam usadas contra a população do Sahara Ocidental.

Espanha terá exportado material de defesa em mais de 105 milhões de euros durante os últimos cinco anos à monarquia marroquina, parte do qual (82 milhões de euros) em munições.

Segundo o movimento catalão ERC, Marrocos está envolvido num processo «acelerado» de reforço da sua capacidade militar, possuindo hoje um arsenal armamentista que é um dos maiores de África.

Também recentemente, o Governo de Pedro Sánchez dotou Marrocos com 10,6 milhões de euros em material de vigilânia noturna de alta precisão para "reforçar as fronteiras". A doação foi canalizada através do Ministério do Interior e teve como justificativo o combate à emigração ilegal.

De acordo com o governo de coligação (PSOE/Unidas Podemos), a compra será custeada com fundos europeus e o Executivo espanhol pretende despender mais 7,8 milhões de euros para pagar outras 98 câmaras de visão térmica e outros 12 milhões de euros para fornecer às autoridades policiais marroquinas 168 veículos.

Estes generosos donativos surgem após a recente crise migratória dos últimos meses, quando cerca de 31.678 imigrantes, a maioria marroquinos, chegaram à costa espanhola, em particular às costas das Canárias.


Fonte: agências/El Confidencial/ECS


 

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