sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A caminho da Índia via Egipto, cargueiro Hopa denunciado por pilhagem de fosfato saharaui

 


A Associação para o Controlo das Riquezas Naturais e a Protecção do Ambiente do Sahara Ocidental (AREN) denunciou, esta quinta-feira, a participação do navio HOPA, arvorando pavilhão maltês, em operações de pilhagem recorrente dos recursos naturais dos territórios ocupados através de um carregamento de fosfato das minas de Bou Craa.

Num comunicado publicado, a AREN especifica que: "O navio HOPA, com a matrícula IMO 9684213 e arvorando pavilhão maltês, foi avistado em estado de carregamento, no âmbito das operações de pilhagem recorrente das riquezas naturais do Sahara Ocidental pelo regime marroquino, de uma carga de fosfato saharaui", acrescentando acrescentando que o navio, "cuja carga máxima (DWT) é de 6300 toneladas, deixou o porto de Lâayoune (El Aiún) ocupado, em 9 de Fevereiro, com destino a Port Said (Egipto), um primeiro destino de diversão, antes de se dirigir para a Índia."

Reiterando "o caráter ilegal das operações de pilhagem que envolvem empresas e navios estrangeiros na parte ocupada do Sahara Ocidental, nomeadamente na situação de guerra atual", a Associação alerta para "uma enésima violação flagrante das Cartas e dos tratados internacionais".

O AREN lança, neste sentido, um apelo ao Conselho de Segurança para "assumir as suas responsabilidades para com o povo saharaui, a fim de lhe permitir recuperar a sua plena soberania sobre as suas riquezas" e "tomar medidas decisivas e coercivas para dissuadir o ocupante marroquino de continuar a pilhar o fosfato saharaui na zona ocupada do Sahara Ocidental”.

O Egipto, na qualidade de membro da União Africana (UA), foi igualmente interpelado sobre o respeito dos compromissos decorrentes do acto constitutivo da UA, "a fim de não contribuir para este atentado direto à soberania da RASD, proibindo a passagem deste navio pelo Canal do Suez e procedendo à sua apreensão como o fizeram a África do Sul e o Panamá".

Por outro lado, a Associação congratulou-se com a não renovação, pelo Grupo alemão Continental, do contrato entre a sua filial Contitech e a OCP marroquina relativo, desde há anos, à manutenção das instalações de transporte de fosfato saharaui numa distância de 100 km. A Associação exortou, a este propósito, "as empresas que operam nos territórios saharauis ocupados, numa clara violação do Direito Internacional, a porem fim imediato a essas atividades”.

Reiterando a sua determinação em conduzir todas as lutas legítimas para defender o direito legítimo do Sahara Ocidental a exercer a sua soberania sobre as suas riquezas naturais, a AREN exprime a sua preocupação "face à exacerbação do sofrimento do povo saharaui" na sequência da violação por parte de Marrocos do acordo de cessar-fogo, em 13 de Novembro de 2020.

Fonte: APS

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