Os militantes dos Direitos Humanos e a população saharaui em geral continuam a sofrer, no seu quotidiano, perseguições, torturas, maus-tratos, vendo os seus filhos e filhas presos, espancados, violados, as suas casas invadidas por ordas de esbirros ao serviço das autoridades de ocupação.
A MINURSO Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental) é inexistente e nada protege, agora nem mesmo o cessar-fogo já que a guerra foi reatada desde 13 de novembro passado.
A ocupação marroquina e os seus serviços de segurança vivem num estado de histeria desde que violou o acordo de cessar-fogo e viu a luta armada de libertação ser reatada por parte da Frente Polisario, o que se reflectiu claramente num aumento extraordinário da repressão sistemática de activistas e civis saharauis desarmados nas zonas ocupadas do Sahara Ocidental.
As forças de ocupação marroquinas lançaram uma campanha de raptos generalizados que atingiram inclusivamente menores, além da prática da tortura, assediaram e assaltaram as casas de ativistas políticos e de direitos humanos, blogueiros e jornalistas saharauis. As intervenções chegram ao ponto do assassinato, como ocorreu com o jovem Mohamed Salem Fahim.
No mesmo contexto, as forças de ocupação marroquinas continuam a cercar a casa da ativista saharaui, Sultana Jaya, na cidade ocupada de Bojador há já quase 90 dias, militante que foi hoje alvo de uma agressão bárbara, ela e uma das suas irmãs, pelas forças de repressão marroquinas.
Além disso, os serviços de segurança marroquinos também liquidaram o jovem saharaui Mohamed Salem Lafqir, apelidado Fahimi, como referimos, e colocaram-no na morgue do Hospital de El-Aaiún ocupada, provocando a fermentação do seu corpo, para ocultar os efeitos de tortura e provas médicas que envolvem estes dispositivos repressivos.
As autoridades de ocupação marroquinas, através de um esquadrão especial, raptaram também o militante saharaui e antigo preso político, Ghali Bouhla, em frente da casa da sua família na cidade ocupada de El-Aaiún, junto com Mohamed Nafeh Boutasufra, sem que a detenção fosse justificada.
Por outro lado, os presos saharauis detidos nas prisões marroquinas iniciaram uma série de protestos para exigir o fim da repressão injustificável.
Por último, em declarações à Agência APS, o coordenador da Comissão Saharaui dos Direitos Humanos na Europa, revelou que mais de 80 casas de famílias saharauis nas cidades ocupadas estão sitiadas pelas forças de repressão marroquinas.
Apelo à Cruz Vermelha Internacional e a Espanha
Os pedidos de intervenção da Cruz Vermelha Internacional na defesa da população saharaui surgem de todos os lados, desde logo de todas as organizações saharauis no interior dos territórios ocupados, mas de organizações e partidos polticos, deputados, autarquias na Europa e no mundo.
Hoje mesmo a Frente Polisario, através do seu representante em Espanha, pediu ao Governo presidido pelo socialista Pedro Sánchez, para que intervenha urgentemente junto de Marrocos para que cesse a brutal repressão levada a cabo contra a população civil saharaui nos territórios do Sahara Ocidental ocupado. Que ponha "fim imediato a esta violência e garanta a proteção da população saharaui e o respeito pelo Direito Internacional Humanitário".
Fonte: Elportaldiplomatico, SPS e outras
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