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"O Comité Nacional Saharaui dos Direitos Humanos soube, através dos noticiários marroquinos, que uma delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha visitou várias cidades dos territórios ocupados onde se reuniu com representantes do Estado ocupante e representantes de associações e organizações marroquinas, transgredindo assim os princípios de imparcialidade e independência", afirma o comunicado.
O Comité Nacional Saharaui dos Direitos Humanos manifesta o seu espanto perante esta visita "inaceitável" e "ilegal" realizada sem coordenação prévia com a Frente Polisario e sem ter em consideração o estatuto jurídico do Sahara Ocidental.
O Comité recordou que "a Frente Polisario é um movimento de libertação nacional reconhecido pelas Nações Unidas ao abrigo da Moção 37/34 de 21 de Novembro de 1979 e da Moção 19/35 de 11 de Novembro de 1980.
O comunicado recorda igualmente a decisão 2625 da ONU que estipula que o Sahara Ocidental é um território separado do Reino de Marrocos.
Por outro lado, chama a atenção para o facto de a Frente Polisario ter sido parte em vários acordos em nome do povo do Sahara Ocidental, incluindo os relacionados com a realização do referendo sobre a autodeterminação nos territórios ocupados.
A outro nível, a Frente Polisario "facilitou os passos do CICV para a libertação dos prisioneiros de guerra marroquinos, numa altura em que não registámos qualquer iniciativa para a libertação de todos os presos políticos saharauis detidos em Marrocos, ou mesmo a organização de uma visita (do CICV às prisões marroquinas)", acrescenta a declaração.
O Comité Nacional Saharaui dos Direitos Humanos considera, finalmente, que ao realizar esta visita "sem qualquer coordenação" com a Frente Polisario, o CICV "serviu os interesses da ocupação marroquina ao fazer vista grossa aos crimes cometidos contra a humanidade dos quais os civis saharauis são vítimas".
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