A linguagem diplomática é particularmente adequada para camuflar as maiores hipocrisias |
O Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que a União Europeia está a acompanhar de perto o estado de saúde e as condições de detenção do preso político saharaui Mohamed Lamin Haddi. Segundo aquele responsãvel europeu, a delegação da UE em Rabat levantou estas questões directamente junto das autoridades marroquinas, a fim de verificar as suas condições.
As afirmações de Borrell surgem em resposta escrita a uma pergunta da eurodeputada portuguesa Sandra Pereira (eleita pelo PCP) e que integra o grupo Grupo Esquerda (GUE/NGL). Josep Borrel afirma que a União Europeia continua a acompanhar a situação sanitária de Mohamed Lamin Haddi, através de contactos regulares com organizações de direitos humanos locais e internacionais.
Borrel refere que “o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais é uma componente essencial das relações bilaterais entre a União Europeia e Marrocos, tal como refletido em particular na declaração conjunta entre as duas partes emitida em 27 de Junho de 2019 ao abrigo do Acordo de Associação, e no intercâmbio regular sobre questões de direitos humanos no seio de uma subcomissão ad hoc”.
A eurodeputada Sandra Pereira havia perguntado à Comissão Europeia sobre as medidas que tenciona tomar em relação ao caso do preso político saharaui em Marrocos, Mohamed Lamine Haddi, detido desde 2010 e injustamente condenado a 25 anos de prisão num julgamento que violou todas as regras processuais ao não provar a prova do crime.
A eurodeputada também alertava para as condições da sua detenção em solitária numa cela de 5 metros quadrados desde 2017, a negação do seu direito a cuidados de saúde e dos seus outros direitos mais básicos, apesar dos riscos que enfrenta sob as circunstâncias da pandemia.
A família do preso político Mohamed Lamin Haddi revelou que levantou o alarme sobre o estado do seu filho depois de ter sido impedida de o visitar devido à sua deterioração de saúde em consequência da greve de fome aberta e da negação de cuidados médicos.
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