quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Ebbaba Hameida, primeira mulher saharaui a obter o doutoramento



PARABÉNS EBBABA.
BRAVO!




A sua tese do programa de Jornalismo avaliada com um excelente cum laude

Na última quinta-feira, 1º de dezembro, Ebbaba Hameida, jornalista e doutoranda da Faculdade Complutense de Madrid, defendeu a sua tese “Autonomia como forma de sobrevivência para mulheres em países muçulmanos diante de conflitos: identidade e visibilidade mediática”, tornando-se assim a primeira mulher saharaui Doutora Cum Laude em Jornalismo. A tese foi orientada por Joaquín Aguirre Romero, professor de Teoria da Informação, do Departamento de Jornalismo e Novas Medias.

Nascida em 1992 nos campos de refugiados saharauis de Tindouf, na Argélia, Ebbaba emigrou para Roma aos cinco anos de idade por motivos de saúde. Passados nove anos, decidiu regressar aos acampamentos para não desistir das suas raízes, mas dadas as condições, voltou a emigrar, desta vez fixando-se em espanha, concretamente em Don Benito, Badajoz.

Ebbaba Hameida inscreveu-se na licenciatura em Jornalismo na Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade Complutense, concluindo-a em 2015. Disse ter optado pelo curso de jornalismo porque "o rádio tem sido historicamente o principal elemento de ligação com o mundo exterior nos campos de refugiados de Tindouf e um meio para divulgar a situação do povo saharaui”.

Ebbaba trabalha para a RTVE e RNE há cinco anos, colaborando com os noticiários Objetivo Igualdad e Cámara Abierta e no site RTVE Noticias. Trabalha também como freelancer com peças para outros meios de comunicação como El País e faz parte do Conselho de Administração de Repórteres Sem Fronteiras da Espanha.

Na defesa da tese de doutoramento


O trabalho de Ebbaba Hameida foi reconhecido com vários prémios nacionais. Foi premiada nos Prémios INJUVE de Jornalismo e Comunicação 2021 na categoria de Jornalismo Digital pela sua coletânea de artigos "En la ruta canaria" da RTVE pela promoção, defesa e divulgação de valores cívicos, sociais e de igualdade. Em dezembro do mesmo ano, ganhou o Prémio Desalambre de melhor crónica/reportagem por “El dolor de Fátima”, da RTVE, onde refletiu a dolorosa realidade de uma mãe à espera de notícias do filho desaparecido em sua tentativa de cruzar o Mediterrâneo. 

Em junho de 2022, recebeu o Prémio Especial Dircom em reconhecimento aos correspondentes de guerra por seu trabalho corajoso e necessário diante da instabilidade do cenário geopolítico devido à guerra na Ucrânia. Além disso, em novembro de 2022, ganhou o prémio Paco Rabal de jornalismo cultural da Fundação AISGE na categoria Promessa Jovem por seu "olhar diferente" na reportagem "Salvando o legado cultural russo na Ucrânia: a arte deve ser deixada à margem da guerra." 


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