Vários ativistas saharauis foram violentamente agredidos na passada quinta-feira, em El Aaiún, por forças de segurança marroquinas, quando participavam numa reunião evocativa do 55.º aniversário da Intifada de Zemla. A informação foi avançada na sexta-feira pela Agência de Informação Saharaui (SPS).
Segundo uma fonte saharaui ligada aos direitos humanos, citada pela agência, os participantes pretendiam homenagear o legado da histórica revolta de 17 de junho de 1970, apesar da habitual proibição imposta pelas autoridades marroquinas a concentrações pacíficas de cidadãos saharauis.
Durante o encontro, foi sublinhado que a Intifada de Zemla representa um marco fundamental na luta do povo saharaui pela autodeterminação e continua a ser símbolo da resistência à ocupação. A data mantém-se, segundo os participantes, como fonte de inspiração para a sua causa pela liberdade e independência.
A mesma fonte relatou que as forças marroquinas — tanto uniformizadas como à paisana — dispersaram a reunião com violência, tendo agredido vários participantes. Entre os feridos estão Mohamed Daddach, presidente do Comité Saharaui para o Direito à Autodeterminação, Mustapha Dah, membro da organização ISACOM (Organização Saharaui contra a Ocupação Marroquina), e Brahim Farik, ativista dos direitos humanos.
A Intifada de Zemla, ocorrida a 17 de junho de 1970 no bairro homónimo de El Aaiún, foi uma manifestação pacífica contra a ocupação colonial espanhola, exigindo os direitos legítimos do povo saharaui, nomeadamente o direito à autodeterminação, tal como reconhecido na Resolução 1514 da ONU, adotada em 1960.

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