domingo, 7 de setembro de 2025

Walad Mohamed Mahmud apresenta em Lisboa a sua arte e a resistência cultural saharaui



A inauguração da exposição TEMPO ZERO - Nem Paz nem Guerra, tem lugar no dia 9 de setembro, pelas 18 horas,  na Livraria Ler Devagar (Lx Factory). Uma série de obras que retratam a vida pacífica do povo saharaui em tempos de relativa calma, num contexto de exílio. É um período de «nem Paz nem Guerra», como o próprio artista o define, reflectindo a complexidade de uma existência marcada pela resistência e a esperança.

O debate sobre o CULTURICÍDIO realiza-se na Casa do Comum, na Rua da Rosa, 285, em Lisboa, no dia 12 de setembro, às 18h30. Tem como pano de fundo uma dura realidade, diz o artista: “a ocupação ilegal do território saharaui por parte de Marrocos expressa-se não só por meio da presença militar e dos atos de violação dos Direitos Humanos mas também pela manipulação e falsificação do Património Cultural Saharaui. Estamos, pois, perante uma culturicídio”.



Walad Mohamed Mahmud 

Nasceu em 1990 nos campos de refugiados saharauis, pertencendo a um grupo familiar de artistas, poetas, escritores, músicos e pintores.

Participou em diferentes encontros e festivais internacionais. A sua última exposição, “SIROCO”, viajou pelo mundo exibindo a sua arte, que considera a sua única arma de luta. Desde 2021 expôs em Espanha, Suíça, França, Alemanha, Itália, México, Panamá e África do Sul, explorando através de uma linguagem directa a cultura e o espaço que habita desde que deixou a sua terra. As suas pinturas, esculturas e instalações mostram a realidade do povo saharaui e o limbo em que se encontra preso. Estas realidades fizeram dele um construtor de sonhos. Tem uma visão e uma energia criativa impressionantes.

Durante a pandemia, deixou de expor e de fazer circular as suas obras devido às restrições mundiais, mas sempre quis lançar uma nova exposição que reflectisse a vida da mulher saharaui exilada há 50 anos no deserto mais inóspito do planeta.




Em janeiro de 2022, começou a pintar cerca de 25 quadros a óleo sobre tela digitalizada. Foi uma experiência fantástica, pois a tecnologia avançou tanto que lhe é possível pintar a óleo sobre tela num IPad e utilizar todo o tempo livre para pintar, por exemplo em aeroportos, comboios, etc.

Cada obra apresenta uma imagem da realidade que as mães saharauis viveram durante um verão e um inverno, que são as únicas estações que existem no deserto chamado hamada.

Para este ano, Aawah Walad (nome artístico) programou uma exposição especial - Tempo Zero, nem paz, nem guerra - com algumas obras que serão expostas em Portugal e em Espanha.


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