terça-feira, 11 de novembro de 2025

Aminetu Haidar: «O direito à autodeterminação é o único princípio que garante uma solução justa e duradoura para o conflito do Sahara Ocidental»

 


«O único princípio capaz de garantir uma solução justa e duradoura para o conflito do Sahara Ocidental é permitir que o povo saharaui exerça o seu direito à autodeterminação», afirmou a presidente da Instância Saharaui contra a Ocupação Marroquina, Aminetu Haidar.

Aminetu Haidar afirmou, numa entrevista concedida à televisão espanhola transmitida esta segunda-feira, que «ninguém pode substituir o povo saharaui no exercício do seu direito à autodeterminação».Depois de destacar a realidade da ocupação do Sahara Ocidental, a defensora saharaui dos direitos humanos condenou «energicamente» que o ocupante marroquino «continue a atacar a existência do povo saharaui e os seus direitos fundamentais e legítimos, em primeiro lugar o seu direito à autodeterminação», salientando que os saharauis «representam hoje apenas 25 % da população total das Zonas Ocupadas, em consequência da continuação de políticas sistemáticas que atentam contra a sua existência e os seus direitos fundamentais».

A famosa ativista saharaui assinalou que «a mudança nas táticas de repressão marroquinas, que passaram da tortura e da detenção direta para uma repressão económica silenciosa, é uma estratégia que visa asfixiar os saharauis e obrigá-los a partir ou a submeter-se».

É importante lembrar que, juntamente com a política contínua de colonização e o controlo total dos colonos marroquinos sobre todos os aspetos da vida nas Zonas Ocupadas, Marrocos tem persistido nos seus crimes atrozes contra civis saharauis.

Marrocos cometeu assassinatos, torturas, prisões e detenções arbitrárias, execuções extrajudiciais, deportações forçadas e deslocações. Também destrói, saqueia, rouba e confisca propriedade privada, além de ataques militares contra civis.

A ativista e defensora incansável dos Direitos Humanos no território foi agraciada ao longo das suas muitas décadas de resistência vários prestigiados prémios internacionais, entre os quais Robert F. Kennedy Human Rights Award (2008); Civil Courage Prize (2009); Right Livelihood Award (2019); Solidar Silver Rose Award (2007) e o Juan María Bandrés Award (2006), entre outros.

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