«O
único princípio capaz de garantir uma solução justa e duradoura
para o conflito do Sahara Ocidental é permitir que o povo saharaui
exerça o seu direito à autodeterminação», afirmou a presidente
da Instância Saharaui contra a Ocupação Marroquina, Aminetu
Haidar.
Aminetu
Haidar afirmou, numa entrevista concedida à televisão espanhola
transmitida esta segunda-feira, que «ninguém pode substituir o povo
saharaui no exercício do seu direito à autodeterminação».Depois
de destacar a realidade da ocupação do Sahara Ocidental, a
defensora saharaui dos direitos humanos condenou «energicamente»
que o ocupante marroquino «continue a atacar a existência do povo
saharaui e os seus direitos fundamentais e legítimos, em primeiro
lugar o seu direito à autodeterminação», salientando que os
saharauis «representam hoje apenas 25 % da população total das
Zonas Ocupadas, em consequência da continuação de políticas
sistemáticas que atentam contra a sua existência e os seus direitos
fundamentais».
A
famosa ativista saharaui assinalou que «a mudança nas táticas de
repressão marroquinas, que passaram da tortura e da detenção
direta para uma repressão económica silenciosa, é uma estratégia
que visa asfixiar os saharauis e obrigá-los a partir ou a
submeter-se».
É importante lembrar que, juntamente com a
política contínua de colonização e o controlo total dos colonos
marroquinos sobre todos os aspetos da vida nas Zonas Ocupadas,
Marrocos tem persistido nos seus crimes atrozes contra civis
saharauis.
Marrocos cometeu assassinatos, torturas, prisões e
detenções arbitrárias, execuções extrajudiciais, deportações
forçadas e deslocações. Também destrói, saqueia, rouba e
confisca propriedade privada, além de ataques militares contra
civis.
A ativista e defensora incansável dos Direitos Humanos
no território foi agraciada ao longo das suas muitas décadas de
resistência vários prestigiados prémios internacionais, entre os
quais Robert F. Kennedy Human Rights Award (2008); Civil Courage
Prize (2009); Right Livelihood Award (2019); Solidar Silver Rose
Award (2007) e o Juan María Bandrés Award (2006), entre outros.
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