sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Coordenadora Europeia Via Campesina denuncia novo acordo comercial UE-Marrocos



A Coordenadora Europeia Via Campesina (ECVC) - confederação de sindicatos e organizações de camponeses, pequenos e médios agricultores, e trabalhadores agrícolas em toda a Europa - criticou o novo acordo comercial entre a União Europeia e Marrocos, alegando que o pacto viola a decisão do Tribunal de Justiça da UE (TJUE) e ignora o direito à autodeterminação do povo saharauí. A organização acusa a Comissão Europeia e o Governo marroquino de tentarem “salvar os interesses de uma minoria de multinacionais” à custa dos agricultores europeus e marroquinos, defendendo que o Parlamento Europeu deve recusar a ratificação do acordo.
A ECVC recorda que, em 2024, o TJUE anulou os anteriores acordos de pesca e agricultura por falta de consentimento do povo saharaui e práticas de rotulagem consideradas enganosas, que mascaravam a origem real de produtos provenientes do Sahara Ocidental. A organização denuncia ainda concorrência desleal, más condições laborais nas estufas marroquinas e falta de controlo aduaneiro.
Segundo a ECVC, o novo acordo tenta contornar a decisão judicial, propondo ajudas financeiras, investimentos em infraestruturas e a criação de regiões fictícias (“Grand Sud marocains”) para evitar que os produtos do Sahara Ocidental sejam corretamente identificados. A organização sublinha também que os agricultores marroquinos sofrem com a exploração dos recursos naturais, que, afirma, favorece o modelo agroexportador.
A ECVC apela a que a UE respeite o direito internacional, a transparência e a soberania alimentar, e defende a construção de um novo modelo comercial baseado na solidariedade, conforme proposto pelo movimento internacional La Via Campesina.

A confederação de sindicatos e organizações de camponeses, pequenos e médios agricultores atualmente é composta por 28 organizações agrícolas nacionais e regionais de 20 países europeus.

Nouvel accord commercial UE-Maroc : ECVC dénonce un accord contraire à la décision de la CJUE et défendra les droits des paysans Européens et Marocains en solidarité avec les intérêts du peuple Sahraoui - Via Campesina

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