Agentes da polícia marroquina em Daklha, sul do Sahara |
Agentes da Direção Nacional de Vigilância dos Territórios
(DST), vestidos à paisana, invadiram três casas saharauis da cidade de El Aaiún
ocupada e sequestraram três cidadãos saharauis conduzindo-os para destino
desconhecido.
Sábado 24 de novembro, às 5 da manhã, um comando invadiu sem
ordem judicial a casa do cidadão saharaui Baba Brahim Mohamed Mouloud (Moulay
Rachid), desempregdo, 29 anos, no bairro Ina’ ach.
Há mesma hora, outro comando sequestrava de igual modo o cidadão
Moukhtar Saika, taxista de 40 anos de idade, em sua casa na rua Sidi Boujida, no
bairro de Zemla.
O terceiro sequestrado por outra equipa que utilizou o mesmo
método é Mohamed Salem Khaya, 27 anos, casado, pai de uma menina, eletricista
de automóveis, da sua casa situada na rua Chrif Il Idrissi, no bairro de Zemla.
Algumas fontes falam de sequestro no bairro Mezouar de um quarto
homem, operário numa empresa de construção, mas essa situação não pôde ser
confirmada até ao momento.
Não parece que os 4 homens estejam relacionados entre eles, segundo
as informações das famílias.
Na tarde de sábado, a agência de notícias oficial marroquina
(MAP) anunciou num despacho “o desmantelamento de uma célula especializada na captação
de jovens marroquinos impregnados de ideias da “Al-Qaïda” para os enviar para o
Sahel”, com detenções em Casablanca, Nadour, Kala Seraghna, Gercif e El Aaiún.
Dada a grande proporção de colonos marroquinos subvencionados
para ir habitar no Sahara Ocidental e a pouca relação entre as populações saharauis
e marroquinas, esta informação parece ser uma operação de propaganda estatal, de
que a MAP é useira e vezeira….
Interrogadas em relação à prática religiosa dos três homens,
as suas famílias testemunharam uma prática moderada, como é a prática saharaui,
e asseguraram que eles não tinham mudado o seu comportamento nos últimos meses ou
anos.
Não é a primeira vez que as autoridades marroquinas pretendem
fazer crer na participação de cidadãos saharauis em ações de terrorismo islâmico.
Em março de 2010 as autoridades marroquinas sequestraram Mohamed
DIHANI, um jovem saharaui, e trataram de
forçá-lo a trabalhar sob as suas ordens para levar a cabo, “em nome da Al-Qaïda
e da Polisario”, atos terroristas em El Aaiún, a capital ocupada do Sahara Ocidental.
O fito da operação era associar a Polisario ao terrorismo e
denegrir a luta pacífica da resistência saharaui. Detido oficialmente após ter
sido feito “desaparecido”, Mohamed DIHANI (ver http://aapsocidental.blogspot.pt/2012/11/justica-marroquina-tolera-e-aprova-que.html)
foi condenado a dez anos de prisão efetiva.
Fonte: Equipa Mediática, territórios ocupados
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