O Sahara Ocidental é uma das regiões no mundo com maior
número de minas anti-pessoal, declarou em Londres o presidente da ONG
"Action On Armed Violence", Steven Smith.
"O Sahara Ocidental é uma das áreas mais contaminadas
que temos de lidar a nível mundial, mais de 2.500 pessoas foram vítimas de
minas anti-pessoal e as necessidades são enormes, dada a escala do fenómeno na
região", disse o Steven Smith.
"Queremos aumentar os nossos esforços no Sahara
Ocidental para um melhor apoio às vítimas de minas anti-pessoal, 56% das quais ficam
com sequelas para toda a vida", acrescentou o responsável.
A ONG "Action On Armed Violence", envolvida na
remoção de minas e na assistência às vítimas de minas anti-pessoal a nível mundial,
foi convidada por um grupo do Parlamento britânico a analisar o caso do Sahara
Ocidental.
O objetivo da reunião era relatar a experiência da ONG na
destruição de minas nos territórios libertados pela Frente Polisário.
Deputados de todos os partidos políticos, membros do
Ministério dos Negócios Estrangeiros e ONGs britânicas assistiram à
apresentação.
Steven Smith disse à plateia que a sua ONG tinha iniciado a
limpeza do território em 2006, em colaboração com a Frente Polisario, e que a sua
ambição era atingir dois objetivos: identificar os campos minados que
representam um perigo potencial para as populações Saharauis e prosseguir, numa
segunda fase, à desminagem, graças a equipas especializadas que estão no local.
A discussão que se seguiu à apresentação do Steven Smith centrou-se
em torno do financiamento da ONG, uma vez que a desminagem requer um treinamento
especializado e caro, devido ao perigo que ele representa.
"O Governo da Noruega contribui em grande parte para o
financiamento da ONG", disse Smith.
A grande questão foi levantada por deputados pela participação
ativa do povo saharaui na tarefa. Os intervenientes elogiaram a iniciativa e renderam
homenagem à mulher saharaui que participa, ao lado do homem, na luta pela
independência.
O representante da Frente Polisário no Reino Unido, Mohamed
Ali Mohamed Limam, presente na reunião, disse que o muro marroquino defensivo, que
se estende ao longo de 2700 km e dispõe de mais de 5 milhões de minas anti-pessoal,
representa a "face odiosa" da ocupação de territórios saharauis pelas
forças marroquinas.
"Esse é o muro da vergonha", afirmou, sublinhando a
ausência de vontade política por parte dos marroquinos para uma solução justa e
pacífica da questão do Sahara Ocidental que continua a ser a última colónia em
África. (SPS)
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