A mãe de Rachid Chine [Adaich
Rachid Uld El Mamun], um jovem abatido pela polícia, confirmou a morte do seu
filho de 20 anos de idade. O jovem sucumbiu aos ferimentos. A mãe de Rachid
Chine afirmou que a bala de borracha, que ela guardou, perfurou o corpo do seu
filho em confrontos entre manifestantes e forças de segurança nas ruas de Assa
Zag (sul de Marrocos).
No vídeo que apresentamos, vê-se
distintamente como se desenrolou a manifestação, manifestantes saharauis que gritavam
«hourria, hourria» (liberdade, liberdade), depois o som dos disparos e o jovem Rachid
Chine cai por terra, baleado nas costas. Os seus camaradas transportam o seu corpo
ensanguentado gritando «ele morreu, ele morreu», mas na realidade ele ainda não
tinha falecido.
Depois vemo-lo agonizante, por
terra, numa grande poça de sangue. Depois uma foto mostra o seu corpo envolto
numa cobertura.
As autoridades marroquinas,
que desmentiram «categoricamente» o uso de balas reais por parte das forças de
manutenção da ordem», tentam apresentar este verdadeiro assassinato como um
assunto de direito comum. Segundo essa, versão, Rachid Chine teria sido «encontrado»
numa avenida. Insinuando-se que teria falecido na sequência de um ferimento com
«um objeto pontiagudo» «ao nível do coração».
Ou seja, as autoridades marroquinas
insinuam que ele teria sido morto na sequência de uma briga…
No entanto, neste vídeo
podemos ver que os argumentos das autoridades marroquinas são enganosos. O videoamador
que filmou a cena mostra os últimos minutos de vida de Rachid Chine. Vemo-lo correr
e colocar-se de linha de mira de uma furgoneta da polícia que se afasta e para não
muito longe do local onde o jovem entra em colapso. Não se vê nenhuma briga entre
jovens com «objetos cortantes»…
Por que razão a polícia
disparou sobre alguém que não constituía, como se pode ver no vídeo, nenhuma
ameaça? É uma boa pergunta para colocar ao ministro da Injustiça e da Falta de
Liberdades, o advogado islamita El Mostafa Ramid.
“O Ministério dos Territórios
Ocupados e das Comunidades condena energicamente a violência cega e os métodos
utilizados como gases lacrimogéneos, balas de borracha, invasão de domicílios e
de bairros por parte das forças marroquinas”, refere o comunicado.
O jovem faleceu na cidade de
Assa, onde se produziram confrontos entre a população e os militares que, segundo
ativistas saharauis, sitiaram a localidade com um saldo de trinta feridos.
De recordar que no dia 24 de
setembro de 1992 (há onze anos atrás), a população saharaui da cidade de Assa realizou
uma histórica manifestação em que exigiu o seu direito à liberdade e à independência.
(SPS)
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