El-Ghalia Djimi |
A Vice-Presidente da Associação Saharaui de Vítimas de Violações
de Direitos Humanos (ASVDH), El-Ghalia Djimi, declarou em conferência de
imprensa que o Estado Marroquino deve responder ante a justiça pelas flagrantes
violações de direitos humanos cometidos contra a população civil saharaui e que
os autores dessas atrocidades devem ser condenados pelos tribunais de justiça.
Familiares de desaparecidos saharauis e organizações defensoras
de direitos humanos como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch reclamaram
na capital marroquina, Rabat, responsabilidades tanto de reconhecimento como de
compensação dos governos de Marrocos e Espanha após a recente descoberta de uma
fossa comum com restos de saharauis desaparecidos desde 1976.
A dirigente saharaui participou terça-feira, 10 de setembro,
em San Sebastián (Guipúzcoa) na apresentação oficial do estudo realizado por
peritos e investigadores espanhóis sobre a descoberta de uma fossa comum, de
facto duas fossas com oito cadáveres no total.
A equipa de peritos forenses da Universidade do País Basco e
da Sociedade de Ciências Aranzadi exumou os corpos dos oito saharauis e levou a
cabo um exame forense dos restos mortais, incluindo provas de ADN, além de
investigar as circunstâncias das mortes e de ter entrevistado familiares dos oito,
com testemunhos dos factos ocorridos em 1976.
Familiares de saharauis vítimas de desaparecimento forçado tinham
entrado em contacto com os peritos em abril de 2013, após a descoberta por um
pastor de restos humanos na zona de Fadret Leguiaa, nas proximidades de Amgala,
no Sahara Ocidental, situada na parte do território em disputa controlado pela Frente
Polisario, que tem um autoproclamado governo no exilio a uns 400 quilómetros de
distancia, nos acampamentos de Tindouf, em Argélia.
A equipa tornou públicas as suas conclusões a 10 de setembro
de 2013, onde se afirma que as oito pessoas , seis adultos – Salma Daf Sidi
Salec, Sidahmed Segri Yumani, Salama Mohamed-Ali Sidahmed Elkarcha, Salma
Mohamed Sidahmed, Mohamed Mulud Mohamed Lamin e Mohamed Abdalahe Ramdan– e dois
menores de idade – Bachir Salma Daf e Sidi Salec Salma – foram detidas em fevereiro
de 1976 por uma patrulha militar marroquina e executadas com armas de fogo nesse
mesmo lugar, tendo sido depois enterradas em duas fossas de escassa profundidade
escavadas na areia e pedras. Um relatório de uma equipa antropológico-forense da
Sociedade Aranzadi liderada pelo forense Francisco Etxebarría.
Fonte e foto: AMSE
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