sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Pedidas responsabilidades a Rabat e a Madrid após a descoberta de fossa comum com saharauis

Fotograma de vídeo

Rabat, 13 set.- Familiares de desaparecidos saharauis e organismos pro direitos humanos reclamaram hoje em conferência de imprensa, em Rabat, responsabilidades (de reconhecimento e compensação) aos governos de Marrocos e Espanha após a recente descoberta de uma fossa comum com restos de saharauis desaparecidos desde 1976.

A descoberta da fossa comum (na realidade são duas fossas com oito cadáveres no total) foi tornada pública na passada quarta-feira em Espanha através de um relatório de uma equipa antropológico-forense da Sociedade Aranzadi encabeçada pelo forense Francisco Etxebarría.

Dois organismos saharauis – a Associação Saharaui de Vítimas de Violações de Direitos Humanos (ASVDH) e o Coletivo de Defensores Saharauis de Direitos Humanos (CODESA) – apresentaram hoje o relatório na sede da Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH), onde reclamaram “verdade e justiça” para os casos de desaparecidos saharauis, que estimam em mais de 400.

Estos organismos pensam entregar o relatório ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH, órgão oficial marroquino de caráter consultivo), apesar deste, desde 2006, não ter dado nenhum seguimento aos casos que lhe foram apresentados previamente sobre outros desaparecidos saharauis, segundo denunciou Brahim Dahan, presidente da ASVDH.

No entanto, as organizações saharauis reclamarão responsabilidades ante os ministérios da Justiça e do Interior marroquinos, dado o facto de quatro dos cadáveres encontrados já figurarem na listas de desaparecidos estabelecidas pelo organismo “Instância, Equidade e Reconciliação “(IER), organismo oficial marroquino criado para oferecer reparações às vítimas.

Quanto ao Estado espanhol, Brahim Dahan salientou a responsabilidade jurídica (e não só moral) de Espanha como administradora da zona no momento em que ocorrerem os factos (12 de fevereiro de 1976, altura em que Marrocos ainda não ocupava essa parte do território saharaui), e acrescentou que três dos cadáveres detinham documentos oficiais espanhóis, o que demostraria a sua nacionalidade espanhola.

Fonte: ideal.es / EFE

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