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Rabat, 13 set.- Familiares de desaparecidos saharauis e
organismos pro direitos humanos reclamaram hoje em conferência de imprensa, em
Rabat, responsabilidades (de reconhecimento e compensação) aos governos de Marrocos
e Espanha após a recente descoberta de uma fossa comum com restos de saharauis
desaparecidos desde 1976.
A descoberta da fossa comum (na realidade são duas fossas com
oito cadáveres no total) foi tornada pública na passada quarta-feira em Espanha
através de um relatório de uma equipa antropológico-forense da Sociedade
Aranzadi encabeçada pelo forense Francisco Etxebarría.
Dois organismos saharauis – a Associação Saharaui de Vítimas
de Violações de Direitos Humanos (ASVDH) e o Coletivo de Defensores Saharauis
de Direitos Humanos (CODESA) – apresentaram hoje o relatório na sede da Associação
Marroquina de Direitos Humanos (AMDH), onde reclamaram “verdade e justiça” para
os casos de desaparecidos saharauis, que estimam em mais de 400.
Estos organismos pensam entregar o relatório ao Conselho
Nacional de Direitos Humanos (CNDH, órgão oficial marroquino de caráter
consultivo), apesar deste, desde 2006, não ter dado nenhum seguimento aos casos
que lhe foram apresentados previamente sobre outros desaparecidos saharauis, segundo
denunciou Brahim Dahan, presidente da ASVDH.
No entanto, as organizações saharauis reclamarão
responsabilidades ante os ministérios da Justiça e do Interior marroquinos, dado
o facto de quatro dos cadáveres encontrados já figurarem na listas de
desaparecidos estabelecidas pelo organismo “Instância, Equidade e Reconciliação
“(IER), organismo oficial marroquino criado para oferecer reparações às vítimas.
Quanto ao Estado espanhol, Brahim Dahan salientou a
responsabilidade jurídica (e não só moral) de Espanha como administradora da
zona no momento em que ocorrerem os factos (12 de fevereiro de 1976, altura em que
Marrocos ainda não ocupava essa parte do território saharaui), e acrescentou que
três dos cadáveres detinham documentos oficiais espanhóis, o que demostraria a sua
nacionalidade espanhola.
Fonte:
ideal.es / EFE
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