Conselho de Segurança da ONU |
O enviado pessoal do SG da
ONU para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, anunciou ontem, 30 de outubro, que
regressará à região "nas próximas semanas" para comprovar a disposição
das partes em implicar-se num diálogo mais intenso.
Ross proferiu esta informação
durante uma reunião com os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a
quem explicou os resultados da viagem que este mês realizou à região.
Com a nova viagem "nas
próximas semanas", que ainda não tem data marcada, o diplomata
norte-americano pretende continuar com a abordagem atual de tentar lançar uma
nova fase nas negociações de "intercâmbios bilaterais discretas"
separadamente com as partes, segundo indica um comunicado da ONU.
Ross "só convocará outra
ronda de negociações diretas entre as partes quando melhorarem as perspetivas
de progresso de uma reunião conjunta", acrescenta o comunicado.
Na sua reunião com o Conselho
de Segurança, o enviado pessoal de Ban Ki-moon realçou a importância da
confidencialidade durante a nova fase, e insistiu na importância de que as
partes se sintam identificadas com o processo, segundo referiram à Efe fontes
diplomáticas após a reunião.
Ross explicou que durante a
sua viagem, entre os passados dias 12 e 25, se reuniu em Rabat com o novo
ministro de Negócios Estrangeiros marroquino, Salahedín Mezuar, enquanto que na
Argelia o fez com o titular do MNE argelino, Ratman Lamamra.
Acrescentou que na sua visita
aos acampamentos de refugiados de Tindouf (Argélia), os representantes da
Frente Polisario insistiram no seu ponto de vista de que qualquer solução deve
passar pelo respeito ao direito à autodeterminação.
Na sua paragem na Mauritânia,
indicou sem dar mais detalhes, que se havia entrevistado com o presidente,
Mohamed Uld Abdel Aziz, e com dissidentes saharauis.
Marrocos, que faz parte até finais
do ano do Conselho de Segurança, referiu na reunião que aceita todas as linhas propostas
por Ross.
O representante marroquino realçou
o ponto de vista de Rabat referindo que, com a sua proposta para dar um estatuto
de autonomia para o Sahara, Marrocos deu um passo que a Argélia ainda não deu, acrescentaram
fontes diplomáticas.
A sessão de consultas à porta
fechada no Conselho de Segurança teve lugar pouco tempo depois de Marrocos ter
chamada a consultas o seu embaixador na Argélia após uma escalada de tensão entre
os dois países nos dois últimos dias, segundo anunciou num comunicado o Ministério
dos Negócios Estrangeiros marroquino.
"Esta decisão dá-se após
a multiplicação de atos de provocações e hostilidades da Argélia para com o Reino
de Marrocos" relacionados com o conflito do Sahara Ocidental, reza o
comunicado.
Na sessão do Conselho de
Segurança interveio também o responsável da missão da ONU no Sahara Ocidental (MINURSO),
o diplomata alemão Wolfgang Weisbrod-Weber, que explicou que os membros da missão
estão a receber uma cooperação positiva de ambas as partes (Marrocos e Frente
Polisario).
Weisbrod-Weber acrescentou que
a MINURSO continua a realizar as suas tarefas de supervisão do cessar-fogo, desminagem
e apoio aos programas de ajuda humanitária.
Referiu em detalhe que a missão
efetuou numerosas patrulhas terrestres e que as violações ao regime de cessar-fogo
têm sido menores, ao mesmo tempo que ambas as partes oferecem "boa cooperação"
em questões como a desminagem e retirada de explosivos.
Weisbrod-Weber sublinhou que a
missão reúne de forma habitual com representantes marroquinos e da Frente
Polisario, e que o âmbito destas reuniões
aumentou ao longo do tempo.
Além disso, Weisbrod-Weber insistiu
no pedido ao Conselho de Segurança para aprovar o envio de quinze observadores
militares adicionais, numa missão que atualmente integra apenas cerca de 230
soldados e polícias, além de funcionários civis locais e das Nações Unidas.
Fonte: Agência EFE
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