O Parlamento Europeu (PE) adotou
uma emenda ao relatório Tannock sobre a situação dos direitos do homem no Sahara
Ocidental em que prevê o envio de uma Comissão conjunta Minurso-Cruz Vermelha
Internacional a Fadret Leguiaa, região de Smara, onde restos mortais de civis
saharauis foram recentemente descobertos por uma equipa de peritos médico-legistas.
Em sessão plenária para
analisar e aprovar o relatório Tannock terça-feira passada, em Estrasburgo, o
Parlamento Europeu apelou às autoridades marroquinas para permitir o acesso ao
território do Sahara Ocidental a organizações internacionais, como a Comissão
Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e da Comissão de Direitos Humanos do
Parlamento Europeu.
A emenda aprovada diz textualmente.
"apoiar a criação de uma missão oficial MINURSO-CICV (Comité Internacional
da Cruz Vermelha) na região de Fadret Leguiaa a fim de proceder à exumação e entrega
dos restos mortais às famílias, na sequência da descoberta de valas comuns pela
equipa de investigação da Universidade do País Basco".
Para o membro do Secretariado
Nacional da Frente Polisario e ministro delegado para a Europa da RASD, Mohamed
Sidati, esta iniciativa permitirá que as famílias e os descendentes dessas
pessoas possam, finalmente, fazer o seu luto e oferecer uma sepultura digna aos
seus entes queridos".
Mohamed Sidati, membro do Secretariado Nacional da Frente Polisario e ministro delegado para a Europa da RASD |
Esta descoberta macabra coube
ao meritório trabalho da equipa de investigação forense da Universidade do País
Basco.
"O interesse manifestado
por uma grande instituição europeia, como o Parlamento Europeu, é um consolo
para as vítimas e para os seus familiares", comentou Sidati, lembrando que
"são mais de 400 os saharauis os que estão na mesma situação ".
Para ele, há uma
"necessidade urgente para que a verdade seja conhecida quanto ao seu
destino, para que a impunidade não subsista por tempo indeterminado e para que
a justiça seja feita ao povo saharaui".
Ao adotar o relatório
Tannock, o Parlamento Europeu afirmou que a autodeterminação do povo saharaui é
"parte integrante" dos direitos humanos e permanece no
"centro" do debate para que seja encontrada uma solução para o
conflito do Sahara Ocidental.
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