sábado, 26 de outubro de 2013

Parlamento Europeu vai criar Comissão Ad-Hoc para a exumação dos restos mortais de saharauis

 

O Parlamento Europeu (PE) adotou uma emenda ao relatório Tannock sobre a situação dos direitos do homem no Sahara Ocidental em que prevê o envio de uma Comissão conjunta Minurso-Cruz Vermelha Internacional a Fadret Leguiaa, região de Smara, onde restos mortais de civis saharauis foram recentemente descobertos por uma equipa de peritos médico-legistas.

Em sessão plenária para analisar e aprovar o relatório Tannock terça-feira passada, em Estrasburgo, o Parlamento Europeu apelou às autoridades marroquinas para permitir o acesso ao território do Sahara Ocidental a organizações internacionais, como a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e da Comissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu.

A emenda aprovada diz textualmente. "apoiar a criação de uma missão oficial MINURSO-CICV (Comité Internacional da Cruz Vermelha) na região de Fadret Leguiaa a fim de proceder à exumação e entrega dos restos mortais às famílias, na sequência da descoberta de valas comuns pela equipa de investigação da Universidade do País Basco".

Para o membro do Secretariado Nacional da Frente Polisario e ministro delegado para a Europa da RASD, Mohamed Sidati, esta iniciativa permitirá que as famílias e os descendentes dessas pessoas possam, finalmente, fazer o seu luto e oferecer uma sepultura digna aos seus entes queridos".
 
Mohamed Sidati, membro do Secretariado Nacional
da Frente Polisario e ministro delegado para a Europa da RASD

Esta descoberta macabra coube ao meritório trabalho da equipa de investigação forense da Universidade do País Basco.
"O interesse manifestado por uma grande instituição europeia, como o Parlamento Europeu, é um consolo para as vítimas e para os seus familiares", comentou Sidati, lembrando que "são mais de 400 os saharauis os que estão na mesma situação ".

Para ele, há uma "necessidade urgente para que a verdade seja conhecida quanto ao seu destino, para que a impunidade não subsista por tempo indeterminado e para que a justiça seja feita ao povo saharaui".


Ao adotar o relatório Tannock, o Parlamento Europeu afirmou que a autodeterminação do povo saharaui é "parte integrante" dos direitos humanos e permanece no "centro" do debate para que seja encontrada uma solução para o conflito do Sahara Ocidental.

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