domingo, 3 de novembro de 2013

A ONU e o Sahara Ocidental



A TVE e um importante setor da imprensa internacional ensura nos seus espaços e serviços informativos as visitas do enviado da ONU para o Sahara Ocidental…
A opinião pública merece saber por que razão existe este tipo de “apartheid informativo” sobre um conflito no norte de África que há muito tempo está por resolver e que envolve direta ou indiretamente a nação saharaui, Marrocos, Argélia e Mauritânia.

Há nações que merecem a atenção e a solidariedade, pois o destino e a arbitrariedade colocaram-nas em situações dramáticas que impedem a sua livre autodeterminação e o pleno desenvolvimento das suas potencialidades, para converterem-se num Estado pleno e funcional. Este é o caso do Sahara Ocidental.

Por isso é questionável que um grande setor da imprensa internacional censure informações que dão conta da violação dos direitos mais elementares do povo saharaui. Desse modo, porta-vozes de organizações preocupadas com a difícil vida de homens, mulheres e crianças saharauis denunciaram há alguns dias que a Rádio Televisão Espanhola (RTVE) tenha censurado, através do seu correspondente em Rabat, a visita de Christopher Ross, enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Sahara Ocidental, na sua recente viagem pela região. A opinião pública merece saber por que razão existe este tipo de “apartheid informativo” sobre um conflito no norte de África que há muito tempo está por resolver e que envolve direta ou indiretamente a nação saharaui, Marrocos, Argélia e Mauritânia.

As Nações Unidas procuram uma solução desde a retirada de Espanha do território saharaui, em 1976; o que determinou que Marrocos, de imediato, o reclamasse como seu, dando origem a muitos abusos, perseguições, assassinatos e uma evidente violação dos direitos humanos dos saharauis. A comunidade internacional não deveria ignorar o que acontece nesse fim do mundo, pois a humanidade não pode ser indiferente ao sofrimento real e descarnado que aí se vive.

A 20 de abril de 1991, o Conselho de Segurança da ONU decidiu criar, através da sua Resolução N.º 690, a Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO), que faz esforços por encontrar uma saída pacífica e viabilizar a livre autodeterminação do povo saharaui, princípio do direito internacional que até este momento do século XXI vem sendo boicotado.

Tampouco podemos esquecer que nesta zona há um muro da vergonha, cuja construção se iniciou em 1983, e que separa os territórios ocupados por Marrocos dos territórios sob o controlo da República Árabe Saharaui Democrática.  Não obstante isso, e a pesar da censura mediática, cada vez são em maior número as pessoas que no mundo começam a encarar este real e palpitante problema humanitário que persiste no noroeste de África e frente às Ilhas Canárias.

Dom, 03/11/2013
Fonte: http://www.expreso.com.pe/blog/mas-alla-de-la-noticia-145

Rafael Romero

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