A TVE e um importante setor
da imprensa internacional ensura nos seus espaços e serviços informativos as
visitas do enviado da ONU para o Sahara Ocidental…
A opinião pública merece
saber por que razão existe este tipo de “apartheid informativo” sobre um conflito
no norte de África que há muito tempo está por resolver e que envolve direta ou
indiretamente a nação saharaui, Marrocos, Argélia e Mauritânia.
Há nações que merecem a atenção
e a solidariedade, pois o destino e a arbitrariedade colocaram-nas em situações
dramáticas que impedem a sua livre autodeterminação e o pleno desenvolvimento das
suas potencialidades, para converterem-se num Estado pleno e funcional. Este é
o caso do Sahara Ocidental.
Por isso é questionável que um
grande setor da imprensa internacional censure informações que dão conta da
violação dos direitos mais elementares do povo saharaui. Desse modo, porta-vozes
de organizações preocupadas com a difícil vida de homens, mulheres e crianças saharauis
denunciaram há alguns dias que a Rádio Televisão Espanhola (RTVE) tenha censurado,
através do seu correspondente em Rabat, a visita de Christopher Ross, enviado pessoal
do Secretário-Geral da ONU para o Sahara Ocidental, na sua recente viagem pela
região. A opinião pública merece saber por que razão existe este tipo de
“apartheid informativo” sobre um conflito no norte de África que há muito tempo
está por resolver e que envolve direta ou indiretamente a nação saharaui, Marrocos,
Argélia e Mauritânia.
As Nações Unidas procuram uma
solução desde a retirada de Espanha do território saharaui, em 1976; o que
determinou que Marrocos, de imediato, o reclamasse como seu, dando origem a muitos
abusos, perseguições, assassinatos e uma evidente violação dos direitos humanos
dos saharauis. A comunidade internacional não deveria ignorar o que acontece
nesse fim do mundo, pois a humanidade não pode ser indiferente ao sofrimento real
e descarnado que aí se vive.
A 20 de abril de 1991, o
Conselho de Segurança da ONU decidiu criar, através da sua Resolução N.º 690, a
Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO), que faz
esforços por encontrar uma saída pacífica e viabilizar a livre autodeterminação
do povo saharaui, princípio do direito internacional que até este momento do
século XXI vem sendo boicotado.
Tampouco podemos esquecer que
nesta zona há um muro da vergonha, cuja construção se iniciou em 1983, e que separa
os territórios ocupados por Marrocos dos territórios sob o controlo da
República Árabe Saharaui Democrática. Não
obstante isso, e a pesar da censura mediática, cada vez são em maior número as
pessoas que no mundo começam a encarar este real e palpitante problema humanitário
que persiste no noroeste de África e frente às Ilhas Canárias.
Dom, 03/11/2013
Fonte: http://www.expreso.com.pe/blog/mas-alla-de-la-noticia-145
Rafael Romero
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