Fronteira (fechada) entre Marrocos e a Argélia |
O ministério de Negócios Estrangeiros argelino convocou hoje
o Encarregado de Negócios da embaixada marroquina em Argel após o protesto de uma
centena de marroquinos frente ao consulado argelino em Casablanca, em que um
manifestante arrancou a bandeira hasteada na missão diplomática.
Em comunicado, o ministério “condena” a “violação dos locais
do Consulado Geral da Argélia em Casablanca” e sublinha que espera “que este
grave incidente não se volte a repetir”.
Na passada 4.ª feira, o Governo marroquino chamou para consultas
o seu embaixador em Argel para protestar o que o ministério marroquino dos
Negócios Estrangeiros qualificou de “multiplicação de atos de provocação e
hostilidade da Argélia em relação ao Reino de Marrocos”.
De acordo com o comunicado divulgado hoje por Argel, "esse
indivíduo teve o tempo e possibilidade de arrancar o símbolo nacional do seu
mastro, não tendo sido preso até ter alcançado o seu objetivo, na presença de
um dispositivo policial que não parecia ter como missão imperiosa a proteção
dos locais e do pessoal consular argelinos".
O comunicado do MNE argelino, subscrito pelo seu porta-voz,
Amar Belani, sublinha ainda que "este ato grave não poderia ter acontecido
não fosse o ódio e a difamação contra a Argélia que parte da classe política e
da imprensa marroquina tem-se esforçado em semear entre a população marroquina”.
Na 3.ª feira passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros argelino,
Ramtan Lamamra, criticou a agência oficial marroquina, MAP, assim como o líder do
partido nacionalista Istiqlal, Hamid Chabat, que pedira ao Estado a recuperação
do território do chamado “Sahara Oriental”, que se encontra dentro das fronteiras
argelinas (regiões de Tindouf e de Colombe-Bechar).
O porta-voz do MNE argelino mostrou hoje a sua “consternação”
pelo facto da “bandeira nacional” ter sido “profanada”, coincidindo com a festa
nacional argelina do 1 de novembro, aniversário do início da guerra da independência
contra a França.
A recente escalada de tensão estalou após uma mensagem do presidente
argelino, Abdelaziz Bouteflika, lida em seu nome 2.ª feira na Nigéria pelo ministro
da Justiça argelino, em que na mesma se solicitava o estabelecimento de um
mecanismo para a supervisão dos direitos humanos no Sahara Ocidental, sob
ocupação marroquina.
Em resposta às declarações de Bouteflika, muito criticadas peça
agencia noticiosa oficial marroquina, Rabat chamou na 4.ª feira o seu
embaixador, ao que Argel contestou com dura crítica mas apelando à contenção.
Fonte: EFE
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