sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Argel convoca o Encarregado de Negócios marroquino após invasão do seu Consulado em Casablanca

Fronteira (fechada) entre Marrocos e a Argélia

O ministério de Negócios Estrangeiros argelino convocou hoje o Encarregado de Negócios da embaixada marroquina em Argel após o protesto de uma centena de marroquinos frente ao consulado argelino em Casablanca, em que um manifestante arrancou a bandeira hasteada na missão diplomática.

Em comunicado, o ministério “condena” a “violação dos locais do Consulado Geral da Argélia em Casablanca” e sublinha que espera “que este grave incidente não se volte a repetir”.

Na passada 4.ª feira, o Governo marroquino chamou para consultas o seu embaixador em Argel para protestar o que o ministério marroquino dos Negócios Estrangeiros qualificou de “multiplicação de atos de provocação e hostilidade da Argélia em relação ao Reino de Marrocos”.

De acordo com o comunicado divulgado hoje por Argel, "esse indivíduo teve o tempo e possibilidade de arrancar o símbolo nacional do seu mastro, não tendo sido preso até ter alcançado o seu objetivo, na presença de um dispositivo policial que não parecia ter como missão imperiosa a proteção dos locais e do pessoal consular argelinos".

O comunicado do MNE argelino, subscrito pelo seu porta-voz, Amar Belani, sublinha ainda que "este ato grave não poderia ter acontecido não fosse o ódio e a difamação contra a Argélia que parte da classe política e da imprensa marroquina tem-se esforçado em semear entre a população marroquina”.

Na 3.ª feira passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Ramtan Lamamra, criticou a agência oficial marroquina, MAP, assim como o líder do partido nacionalista Istiqlal, Hamid Chabat, que pedira ao Estado a recuperação do território do chamado “Sahara Oriental”, que se encontra dentro das fronteiras argelinas (regiões de Tindouf e de Colombe-Bechar).

O porta-voz do MNE argelino mostrou hoje a sua “consternação” pelo facto da “bandeira nacional” ter sido “profanada”, coincidindo com a festa nacional argelina do 1 de novembro, aniversário do início da guerra da independência contra a França.

A recente escalada de tensão estalou após uma mensagem do presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, lida em seu nome 2.ª feira na Nigéria pelo ministro da Justiça argelino, em que na mesma se solicitava o estabelecimento de um mecanismo para a supervisão dos direitos humanos no Sahara Ocidental, sob ocupação marroquina.

Em resposta às declarações de Bouteflika, muito criticadas peça agencia noticiosa oficial marroquina, Rabat chamou na 4.ª feira o seu embaixador, ao que Argel contestou com dura crítica mas apelando à contenção.


Fonte: EFE

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