Alifpost.com, através de um extenso artigo do doutor Husein
Medjdubi, analisa o fiasco da visita, que o periódico digital publica na edição
de sábado 23 de novembro 2013. Nele são sublinhadas as inesperadas pedras de tropeço
diplomático que o monarca e seu séquito encontraram-no terreno ao entrevistar-se
durante um tempo muito limitado com o presidente
dos EUA Barak Obama.
Protocolo reduzido
Segundo escreve o periódico marroquino:
“Protocolarmente a visita não constitui um salto qualitativo,
já que Obama dedicou apenas hora e meia para receber o rei Mohamed VI. Caso que
não ocorreu nas administrações do democrata Bill Clinton e do republicano
George W. Bush; o tratamento na receção que ofereceram esses dois presidentes ao
monarca foi muito distinto. Em sua homenagem, eles ofereceram ao rei um
protocolo que incluía um jantar de honra, com troca de discursos oficiais,
enfatizando assim as então fortes relações bilaterais. "
“A simpatia esteve ausente e retrocedeu a qualidade na agenda
bilateral na era do presidente Barack Obama, e é isso que explica a falta de
interesse para a Casa Branca em convidar o rei durante o primeiro mandato de
Barack Obama. O protocolo de receção foi muito deficiente e muito simples, não
pôs em relevo a importância de Marrocos como parceiro de Washington, e primeiro
Estado que reconheceu o "Tío Sam". E no site da Casa Branca, nem na
sexta-feira nem no sábado, foi sequer publicado um pequeno texto sobre a
visita, nem transmitida a imagem de reunião de Obama com o rei", afirma o jornal
Alifpost.com numa análise do Dr. Hussein Medjdubi, que concluiu a sua visão
crítica sobre o fracasso da visita com este parágrafo:
"Na prática, a posição dos EUA não trouxe nada de novo,
é completamente contrária ao que refletia a atitude clássica das anteriores administrações
dos EUA que expressavam suas opiniões sobre a proposta de autonomia, durante a
era do presidente republicano George W. Bush e da ex-secretária de Estado
Hillary Clinton. "
Uma fonte especialista em política dos Estados Unidos e
África do Norte revelou ao Alifpost que a posição norte-americana é clássica, sendo
esta posição do governo norte-americano explicada por um porta-voz do
Departamento de Casa Branca: "a autonomia pode contribuir para a
estabilidade caso fosse aceite pela outra parte mas, no âmbito da ONU,
Washington não considera que a autonomia possa substituir o direito de autodeterminação".
De acordo com esta fonte, "a Casa Branca enfatizou os
direitos humanos, e não devemos esquecer que os homens que tomam as decisões de
Estado nos EUA são a assessora de segurança nacional dos EUA, Susan Rice, o
secretário de Estado John Kerry, e Phil Gordon, encarregado do Médio Oriente. Todos
são conhecidos por sua defesa acirrada dos direitos humanos ".
A mesma fonte consultada pelo Alifpost.com revela que
Mohamed VI, com a sua visita, talvez tenha só podido alcançar a neutralidade
construtiva de Washington no conflito, e que não volte a pedir ao Conselho de
Segurança a alocação às forças da MINURSO a proteção e monitoramento dos
direitos humanos. Embora Washington não deixe de lembrar ao Conselho de
Segurança a violação dos direitos humanos nas cidades do Sahara Ocidental.
Visita sem eco
informativo na imprensa norte-americana
O Alifpost sublinhou também o fiasco informativo nos meios
de comunicação norte-americanos e a fraca mobilização da monarquia marroquina sobre
o evento. Ressaltando o fracasso de informação nos seguintes pontos:
Como habitualmente, a instituição monárquica continua a ser
um ponto débil, que demostrou a incapacidade da Instituição Real de Marrocos. O
protocolo da Corte Real não conseguiu criar um ambiente favorável nos meios de
comunicação social norte-americanos para que se fizessem eco da visita do rei aos
Estados Unidos. Só conseguiram publicar artigos genéricos em meios de pouca
relevância, alguns deles relacionados com os marroquinos. E o maior jornal dos
Estados Unidos, o New York Times, não dedicou qualquer notícia, breve que fosse,
à visita do rei de Marrocos. Enquanto o Washington Post se limitou a reproduzir
um despacho da Agencia Associated Press. Os canais de televisão da CNN e Fox
News não prestaram nenhuma atenção à visita.
Por outro lado, artigos críticos apareceram em fóruns informativos
com muita influência, como o Christian Science Monitor, que se converteram em severas
criticas a Marrocos devido à questão do Sahara Ocidental.
O desempenho do rei para evitar o fiasco deveria ter sido
outro; em vez de fazer uma conferência de imprensa isolada, esta deveria ter
sido organizada no momento de completar o seu encontro com o presidente Barack
Obama para tentar que Obama se referisse à proposta marroquina de autonomia."
*Fonte: ALIFPOST.COM, 23 de novembro de 2013
Traduzido do árabe por poemarioporunsaharalibre
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