No passado dia 14 de novembro, membros da polícia judiciária
marroquina detiveram a cidadã saharaui “Khalifa Rgaibi”, esposa do defensor
saharaui de Direitos Humanos “Ali Salem Tamek” num hotel em Rabat, capital de
Marrocos.
Segundo os membros da polícia judiciária marroquina, esta
detenção da cidadã saharaui surge com base numa ordem emitida contra si pelo
procurador-geral de Aaiún/Sahara Ocidental, com data de julho de 2013, a qual a
acusa de roubar a eletricidade na casa que tem alugada.
A cidadã saharaui esteve detida durante mais de 3 horas,
antes de ter sido libertada na condição de regressar a El Aaiún/Sahara Ocidental
para ser ouvida por agentes da polícia judiciária.
Esta detenção de “khalifa Rgaibi” e o tipo de acusação que
formulam contra ela não deixaram de surpreender, dado que por um lado ela
habita nessa morada há tempo e que é conhecida pelos distintos serviços marroquinos
de informação e, por outro, porque ela havia viajado de avião entre Aaiún/Sahara
Ocidental e Casablanca/Marrocos a 12 de novembro de 2013 sem que a polícia
marroquina a tivesse detido num dos aeroportos das duas cidades.
O secretariado executivo do Coletivo de Saharauis Defensores
de Direitos Humanos CODESA, tem muitas dúvidas sobre a maneira e circunstâncias
em que se deu esta detenção de “khalifa Rgaibi” e as acusações contra ela
dirigidas, sublinhando que este tipo de práticas fazem parte da sistemática perseguição
dos defensores saharauis de direitos humanos como vingança pelas suas atividades
pro direitos humanos e a sua posição em relação à causa do Sahara Ocidental.
Neste contexto cabe destacar a sistemática perseguição a que
é sujeito e de que sofre o defensor saharaui de direitos humanos “Ali Salem
Tamek”, marido de “Khalifa Rgaibi”:
- Prisão política em 6 ocasiões, e ainda com o estatuto de liberdade
condicional pelo tribunal de Ain Chak Casablanca/Marrocos.
- Despedido do trabalho desde 2002.
- Impedido o registo da sua filha "Athawra" no Registo
Civil, nascida a 30 de setembro de 2000.
- Violação da sua ex-esposa em 2003, quando foi detido na prisão
local de Ait Melloul / Marrocos.
- Decisão proferida em 3 de agosto de 2008 de envio ao departamento
de doença mental e psicológica em Inzegane / Marrocos.
- Motivar os seus familiares a denunciar e renunciar às suas
posições sobre a questão do Sahara Ocidental.
- Continuar a impedi-lo de prosseguir os seus estudos universitários
desde 2007.
O Secretariado Executivo do Coletivo de Saharauis Defensores
de Direitos Humanos
CODESA
El Aaiún/Sahara Ocidental, 14 de novembro de 2013
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