A Comissão Europeia e Marrocos encetaram em Bruxelas uma terceira ronda de negociações para um acordo de livre troca (ALEAC) aprofundado
e completo. Um tal acordo vai integrar não só a economia de Marrocos no mercado
único da UE, mas também a do Sahara O ocupado.
Um estudo realizado pela Comissão Europeia conclui que a ALEAC
seria particularmente importante para os setores da agricultura, energias
renováveis, têxtil e deslocalização de serviços de apoio às empresas.
O Western Sahara Resource Watch (WSRW) divulgou já em
profundidade as atividades
agrícolas marroquinas e os projetos de energia
renovável no Sahara Ocidental ocupado. No futuro, a exploração ilegal desses
recursos poderia ter lugar no âmbito do ALEAC.
A reunião coincidiu com a decisão do Parlamento Europeu de aprovar
o acordo de pesca UE-Marrocos, que abre a pesca às águas territoriais do Sahara
Ocidental ocupado. A aprovação pelo Parlamento Europeu deu lugar a manifestações em El Aaiun, a capital do Sahara
Ocidental occupé, onde a polícia marroquina reprimiu brutalmente os manifestantes
saharauis que denunciavam os projetos da UE de pescar nas suas águas sem que
lhes tenham pedido consulta ou opinião. Várias fontes afirmaram que avaliavam o
número de 100 saharauis feridos no decurso da intervenção policial.
Apesar dos contínuos e claros apelos do povo saharaui a ser
incluído no processo de negociação sobre o seu próprio país, para a pesca e o
comércio livre, a Comissão Europeia parece relutante em fazê-lo, convidando uma
vez mais exclusivamente Marrocos a sentar-se à mesa.
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