Marrocos
não reivindica Ceuta e Melilla e Madrid inclina-se perante a autonomia no Sahara
Os
reis de Espanha, Filipe VI e a rainha Letícia realizaram a sua primeira viagem a
Marrocos a 14 de julho de 2014. A viagem coincide com um ambiente de
tranquilidade que reina no seio das relações bilaterais, e a chave consiste num
apoio de Madrid a Marrocos na questão do Sahara Ocidental a troco de um silêncio
de Rabat quanto à reivindicação de Ceuta e Melilla.
A
viagem dos Reis de Espanha a Marrocos é a terceira ao estrangeiro depois da clássica
visita ao Vaticano e, posteriormente, ao vizinho Portugal. Depois de Marrocos, os
reis visitarão França.
As
autoridades marroquinas e a imprensa afim ao regime destacam as boas relações que
reinam na atualidade entre Madrid e Rabat. Invocam diferentes fatores, como a
cooperação contra a imigração ilegal, o aumento das trocas comerciais e o diálogo
fluido entre ambos governos e Casas Reais.
No
entanto, os governos de Madrid e Rabat escondem um fator decisivo ou evitam
abordá-lo que explica por que razão as relações bilaterais são boas, trata-se da
questão territorial. Os analistas independentes indicam que a chave deste
ambiente de tranquilidade que caracteriza as relações hispano-marroquinas se deve
essencialmente às posturas adotadas quanto ao Sahara Ocidental e à questão de
Ceuta e Melilla.
O
periódico Alquds Árabe sublinha que Marrocos já não reivindica na atualidade
Ceuta e Melilla, apesar de Madrid colocar a questão de Gibraltar ou a Argentina
insistir no assunto das ilhas Malvinas. Refere que, a troco disto, Madrid diminui
o seu apoio à autodeterminação como solução para o conflito do Sahara Ocidental
e se inclina indiretamente perante a autonomia como solução.
O
jornal marroquino digital hespress.com refere a mesma tese na segunda-feira 14
de julho, e também o periódico El Mundo fala do intercambio de interesses no tema
territorial que tanto tempo condicionou as relações bilaterais.
Fonte:
Alifpost – site informativo marroquino
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