sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Marrocos não quer receber o enviado da ONU para o Sahara sem "aclarações"


Christopher Ross, Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental


 Nota: Marrocos continua a usar todos os meios para adiar, bloquear, torpedear todas as iniciativas da ONU e da Comunidade Internacional para resolver a questão do Sahara Ocidental. O arrufo com Christopher Ross insere-se nessa política há muito seguida pelo Reino. Quando os responsáveis da ONU não se vergam às suas exigências ou às suas corrupções, tudo fica mais difícil para Marrocos e o seu isolamento diplomático mais patente…


Rabat, 12 set (EFE) - O Governo de Marrocos não está disposto a receber o Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental, Christopher Ross, até obter "aclarações sobre os limites da sua missão", advertiu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Salahedín Mezuar.

Em declarações aos diário "Al Ahdaz al Magrebiya", Mezuar afirmou ainda que Marrocos solicitou estas clarificações "por escrito" e, até ao momento, só recebeu "respostas verbais" do enviado Ross, com quem o país magrebino já se confrontou no passado.

Mezuar afirmou que isto não significa que haja uma "crise" entre Marrocos e a ONU sobre a questão do Sahara, mas insistiu na necessidade de "clarificações".

O ministro lamentou ainda que o seu país não tenha sido "consultado" pelas Nações Unidas na hora de nomear um novo chefe da Missão da ONU no território (MINURSO), e deu a entender que a sua chegada a El Aaiún não ocorrerá até que sejam resolvidas "muitas aclarações" sobre o seu mandato.

Em teoria, a nova chefe da MINURSO, a canadiana Kim Bolduc, deveria ter ocupado o seu cargo no dia 1 de agosto, em substituição do alemão Wolfgang Weisbrod-Weber, mas o atraso da sua chegada não tinha sido compreendida até serem ouvidas as palavras de Mezuar.

O ministro marroquino não explicou quais são as "clarificações" que o seu país exige de Ross e de Bolduc, e quais são os "limites" das suas missões, ainda que nos dois últimos anos o debate se tenha centrado numa eventual extensão dos mandatos da MINURSO à vigilância dos direitos humanos no Sahara, algo a que Rabat se opõe taxativamente.

Em maio de 2012 o governo marroquino anunciou que "retirava a sua confiança" a Christopher Ross pelo seu "comportamento desequilibrado e parcial" no tema do Sahara Ocidental, mas recebeu uma bofetada diplomática quando Ban Ki-moon ignorou esses argumentos e confirmou o diplomata norte-americano no cargo.

As relações de Ross com o Governo marroquino foram, desde então, no mínimo distantes; o Enviado Pessoal do SG da ONU realizou vários périplos mais à região num espírito de "construção de medidas de confiança" entre as partes, mas negou ter na mão qualquer novo "plano de resolução" para o território.

A situação atual é de bloqueio total, já que a Frente Polisario exige um referendo com uma pergunta clara sobre a independência e Marrocos recusa-o em absoluto, apresentando como única opção uma proposta de autonomia para o território.

lainformacion.com

sexta-feira, 12/09/14 

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