Em 12 de outubro de 1975, Marrocos
tornava-se cada vez mais agressivo à medida que piorava o estado de saúde do
general Franco. As suas unidades militares começaram a infiltrar-se na região
de El Farsia e Hausa, abandonadas pelo exército espanhol. O Tribunal
Internacional de Justiça de Haia dará a sua sentença contra as pretensões de
Rabat, quatro dias depois. A tensão eleva-se na região. O governo de Madrid
tinha dado sinais positivos à Polisario para que libertasse os prisioneiros
espanhóis.
Ante a eminencia da invasão marroquina,
a Frente Polisario convocou os principais atores da cena política saharaui: os
membros da Assembleia Geral saharaui - formada pelos chefes de tribos -, e os responsáveis
do Partido de União Nacional Saharaui (PUNS), criado pelas autoridades espanholas.
El Uali Mustafa Sayed, fundador e primeiro-secretário-geral da Frente Polisario, morto em combate a 9 de junho de 1976, às portas da capital mauritana, Nouakchott |
O encontro teve lugar em Ain Bentili,
na fronteira entre o Sahara Ocidental e a Mauritânia. O então secretário-geral e
fundador da Frente Polisario, El Uali, conhecido como Lulei, recebeu o secretário-geral
do PUNS, Dueih Noucha e Jatri Yumani, presidente da Yemaa [Assembleia de
Notáveis Saharauis]. O objetivo da reunião era apresentar uma frente comum para
afrontar todo o tipo de eventualidades e repulsar as ameaças marroquinas. Todos
os presentes acordaram em unir-se sob o lema da Polisario como único
representante legítimo do povo saharaui. O PUNS tinha sido desprestigiado pela deserção
do seu presidente para Marrocos.
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