segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Morte de um preso saharaui em Dakhla : a União Europeia responde à carta da Polisario



O assunto da morte de Hassana El Ouali internacionaliza-se. A União Europeia respondeu a uma carta da Polisario que abordava esta questão. Nas próximas semanas, o dossier será apresentado aos eurodeputados. Do lado marroquino, a morte do preso seria devida a causas naturais.

Imediatamente após o falecimento de Hassana El Ouali, 42 anos, ocorrida a 29 de setembro, em Dakhla, a Polisario aborda por escrito a União Europeia. Cinco dias mais tarde, a resposta das autoridades europeias chega por intermédio de Bernard Savage, um membro da equipa de Catherine Ashton, a Alta Representante da Política Externa da UE.

A Polisario pede à UE para agir

Bernard Savage disse ao representante da Frente Polisario na Europa, Mohamed Sidati, que a UE "está a seguir de perto" a situação no Sahara Ocidental. Prometeu que a UE não vai deixar de abordar a morte com as autoridades marroquinas, no âmbito de seus contactos regulares com estas. O diplomata também expressou preocupação com o impasse em que se encontra o conflito do Sara, alertando para o seu potencial "impacto no respeito dos direitos humanos e da cooperação na região."

Na carta [que dirigiu à UE], a Polisario apela aos Vinte e Oito à agir com vista a pôr termo às «violações dos direitos humanos cometidas por Marrocos no Sahara Ocidental». A carta atribui a morte do preso saharaui no hospital militar de Dakhla a «anos de negligência flagrante e às torturas».

As autoridades marroquinas enterraram El Ouali

Versão que a parte marroquina rejeita. O procurador do rei junto do Tribunal de Apelação de El Aaiún refere, num comunicado, que a morte de Hassana El Ouali seria devida «a uma doença de que padecia», sem contudo precisar a sua natureza e «às complicações de uma diabetes que o defunto ignorava» [!!].

Algumas horas após a difusão desse texto, um órgão de comunicação próxima da Polisario afirma que as autoridades marroquinas haviam realizado, sábado 4 de outubro, às sete da manhã, o enterro dos restos mortais de Hassana El Ouali, sem a presença de sua família. Esta, alguns dias antes, tinha apresentado uma queixa junto do Tribunal de Recurso, em que solicitava a abertura de uma investigação para esclarecer as circunstâncias exatas da morte do detido.


Fonte : yabiladi.com (órgão noticioso marroquino)

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