O assunto da morte de Hassana El
Ouali internacionaliza-se. A União Europeia respondeu a uma carta da Polisario que
abordava esta questão. Nas próximas semanas, o dossier será apresentado aos eurodeputados.
Do lado marroquino, a morte do preso seria devida a causas naturais.
Imediatamente após o falecimento de
Hassana El Ouali, 42 anos, ocorrida a 29 de setembro, em Dakhla, a Polisario aborda
por escrito a União Europeia. Cinco dias mais tarde, a resposta das autoridades
europeias chega por intermédio de Bernard Savage, um membro da equipa de
Catherine Ashton, a Alta Representante da Política Externa da UE.
A Polisario pede à UE para agir
Bernard Savage disse ao representante
da Frente Polisario na Europa, Mohamed Sidati, que a UE "está a seguir de
perto" a situação no Sahara Ocidental. Prometeu que a UE não vai deixar de
abordar a morte com as autoridades marroquinas, no âmbito de seus contactos
regulares com estas. O diplomata também expressou preocupação com o impasse em
que se encontra o conflito do Sara, alertando para o seu potencial
"impacto no respeito dos direitos humanos e da cooperação na região."
Na carta [que dirigiu à UE], a
Polisario apela aos Vinte e Oito à agir com vista a pôr termo às «violações dos
direitos humanos cometidas por Marrocos no Sahara Ocidental». A carta atribui a
morte do preso saharaui no hospital militar de Dakhla a «anos de negligência
flagrante e às torturas».
As autoridades marroquinas enterraram El Ouali
Versão que a parte marroquina rejeita.
O procurador do rei junto do Tribunal de Apelação de El Aaiún refere, num
comunicado, que a morte de Hassana El Ouali seria devida «a uma doença de que
padecia», sem contudo precisar a sua natureza e «às complicações de uma diabetes
que o defunto ignorava» [!!].
Algumas horas após a difusão desse texto,
um órgão de comunicação próxima da Polisario afirma que as autoridades marroquinas
haviam realizado, sábado 4 de outubro, às sete da manhã, o enterro dos restos
mortais de Hassana El Ouali, sem a presença de sua família. Esta, alguns dias
antes, tinha apresentado uma queixa junto do Tribunal de Recurso, em que
solicitava a abertura de uma investigação para esclarecer as circunstâncias
exatas da morte do detido.
Fonte : yabiladi.com (órgão
noticioso marroquino)
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