segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Espanha: juiz da Audiência Nacional Pablo Ruz ouve testemunhos de 6 familiares de 8 saharauis fuzilados e enterrados em fossas comuns pelo exército marroquino



Hoje, segunda-feira, 6 de outubro de 2014, o Juiz Pablo Ruz da Audiência Nacional [ a mais alta instância judicial em Espanha] ouviu os testemunhos de seis familiares de 8 vítimas saharauis dos desaparecimentos forçados ocorridos a 12 de fevereiro de 1976, quando Espanha ainda estava administrando oficialmente a sua antiga colónia, condição que continua ostentando de jure, em conformidade com a legalidade internacional vigente (artigo 73 da Carta das Nações Unidas).

Os seis saharauis que testemunharam são:

— ABA ALI SAID DAF, testemunha ocular dos acontecimentos que presenciou a execução de dois saharauis pelo exército marroquino.

— YAHDIH SELMA AHMED, irmão da criança desaparecida Salek Selam Ahmed.

— MAHYUB MOH MOULUD MOH LAMIN, filho do desparecido Moh Moulud Mohamed Lamin,

— MOHAMED FADEL ABDALEHE RAMDAN, filho do desaparecido Abdelahe Ramdan.

— LEHBIB SALAMA MOHAMED ALI, filho do desaparecido Salama Mohamed Ali Karcha

— SIDI MOHAMED SID AHMED SEGRI, filho do desaparecido Sid Ahmed Segri Yumani



Os cinco desaparecidos fazem parte de um grupo de oito pessoas, entre elas dois menores, que foram encontradas em duas fossas comuns em Fadret Leguiaa (perto de Amgala) em 2013 e exumadas por uma equipa de peritos da Universidade do País Vasco, Dr. Carlos Martin Berinstain e Dr. Francisco Etxeberria Gabilondo. Os dois peritos forenses prestaram testemunho no dia 12 de fevereiro de 2014 tendo por base o relatório que elaboraram após a investigação decorrida sob sua direção (ver: http://publicaciones.hegoa.ehu.es/assets/pdfs/297/Exhumaciones_Informe_peri_def.pdf?1380883397).

Os seis familiares foram acompanhados pela Asociación Pro Derechos Humanos de España (APDHE) e por Mahmud Salma Daf, representante da Associação de Familiares de Presos e Desaparecidos Saharauis (AFAPREDESA).


A AFAPREDESA expressa a sua satisfação por este novo passo da justiça espanhola que segue o seu curso para pôr fim a mais de 39 anos de impunidade, de indiferença e de persistência das violações dos direitos de milhares de vítimas saharauis. 

Sem comentários:

Enviar um comentário