No horizonte de
preocupação, cada vez mais intenso, que ‘Podemos’ produz nas forças políticas há
um motivo mais com que esta organização acrescenta argumentos em detrimento do
PP e PSOE, a causa saharaui, que os dois principais partidos invocaram para
fazer oposição e abandonaram ao chegarem ao governo.
Nas resoluções que
foram apresentadas à Assembleia Constituinte de ‘Podemos’ houve três sobre o
Sahara Ocidental, que refletem os sentimentos das pessoas que seguem esta
formação política. Nelas foi plasmada, principalmente, a denúncia dos acordos
de Madrid pelos quais foi transferida para Marrocos e Mauritânia administração
do Sahara Ocidental, mas não a sua soberania. As Nações Unidas não consideram
Marrocos potência administrante de um território que aguarda descolonização. E
é isso que em ‘Podemos’ se defende, que se proceda à descolonização e ao
reconhecimento do Sahara Ocidental como um país livre e independente.
A 10 de outubro a
eurodeputada de ‘Podemos’, Teresa Rodríguez, reuniu em Sevilha com Bucharaya
Beyun, membro do Secretariado Nacional e representante da Frente POLISARIO em
Espanha, a quem manifestou o compromisso do seu partido com o povo saharaui e o
seu direito à autodeterminação.
Há que recordar que o PSOE,
tal como o Partido Comunista de Espanha (PCE), pediu na época da UCD a denúncia
dos acordos tripartidos de Madrid e o reconhecimento da Frente Polisario,
posicionamento que abandonou quando chegou ao Governo, indo contra aquilo que
era a sua militância amplamente pro-saharaui. O PCE ocupou o espaço deixado pelo
PSOE e pediu que se reconhecesse a RASD, enquanto reprovava o governo
socialista de haver abandonado a Polisario para melhorar as relações com Marrocos,
linha de compromisso com o povo saharaui que a organização ‘Izquierda Unida’
prossegue.
Enquanto o PSOE ia desaparecendo
das expressões de apoio ao povo saharaui, como fez Trinidad Jiménez primeiro e
Pedro Zerolo anos depois, o PP foi-se acercando dessas manifestações quando
estava na oposição e a 13 de novembro de 2010 Esteban González Pons, que era
vice-secretário geral da Comunicação, participou na manifestação pelo Sahara
Ocidental que anualmente se realiza em Madrid. Anos antes, em novembro de 2005,
o deputado popular Jorge Moragas participou em Madrid na Conferência
Internacional de Solidariedade com o Povo Saharaui e acusou o executivo
socialista de manter uma posição ambígua e de se afastar da política de
neutralidade ativa mantida por todos os governos de Espanha desde a transição. Mas
quanto chegaram ao Governo deram o dito por não dito.
Agora, após a eleição de
Espanha, no passado 16 de outubro, como membro não permanente do Conselho de
Segurança da ONU, meios saharauis insistem que é chegado o momento para que o
país se implique na resolução do conflito da ex-colónia espanhola. Reclamou-o o
delegado da República Árabe Saharaui Democrática (RASD), Bucharaya Beyun, em declarações
ao ‘The Diplomat in Spain’, ao dizer que “Espanha tem que fazer o que lhe
corresponde, e que até agora não fez”, pelo que a sua entrada no Conselho de
Segurança deveria constituir “uma boa oportunidade”; que o Governo espanhol
lidere a busca de uma solução “em vez de ir a reboque ” de França.
Em abril de 2012 o Governo
de Mariano Rajoy, em linha com a França, não apoiou a proposta dos EUA para que
a Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) tivesse competências
em matéria de Direitos Humanos. Em 2013 seguiu na mesma direção e não
subscreveu a proposta do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para
estabelecer um mecanismo de "vigilância imparcial e independente" no Sahara
Ocidental. Afirmou que “tomava nota” e saudou “as medidas adotadas pelas
autoridades marroquinas" em relação aos Direitos Humanos”. Por isso não é de
estranhar que o delegado da F. Polisario, reconhecido como legítimo
representante do povo saharaui pela ONU e a quem Madrid não outorga estatuto diplomático,
se mostrasse pessimista sobre a postura de Espanha: “Não creio que mude muito”.
Como já o haviam feito
em maio deste ano, diplomatas da embaixada dos EUA em Rabat viajaram a 22 de outubro
a El Aaiún e reuniram com membros do Coletivo de Defensores Saharauis dos Direitos
Humanos (CODESA), presidido por Aminetu Haidar. Estas visitas para conhecer a
situação dos Direitos Humanos no Sahara Ocidental ocupado por Marrocos juntam-se
às que fizeram representantes das embaixadas britânica, alemã, finlandesa,
sueca, norueguesa e dinamarquesa em Marrocos, mas não a espanhola.
No dia seguinte à
viagem dos diplomatas norte-americanos, a agência oficial marroquina, MAP,
difundia umas declarações do embaixador dos EUA em Marrocos, Dwight Bush, ao
diário "Al-Massae", dizendo que ele havia reafirmado a posição do seu
país a favor da proposta marroquina de autonomia para o Sahara.
Entretanto, nos territórios
da ex-colónia espanhola ocupados por Marrocos continuam a registar-se violações
dos Direitos Humanos e condenações a ativistas pela sua militância
independentista.
O que se segue é uma
relação aproximada de acontecimentos ocorridos em outubro no Sahara Ocidental sob
ocupação marroquinas e em cidades do sul de Marrocos com população saharaui, segundo
dados de organizações de Direitos Humanos e meios de informação saharauis,
tanto oficiais como independentes:
Día 2.-Después de
pasar tres años en prisión condenados por los enfrentamientos entre colonos
marroquíes y ciudadanos saharauis ocurridos a finales de septiembre del 2011 son
puestos en libertad en Dajla Mahayub Ulad Chej, Kamal Treyeh y Mohammed Manolo,
quienes antes de ir a sus respectivos hogares, cercados por la policía y
efectivos militares, pasan por la casa de Hassana Eluali, su compañero de
prisión fallecido en el hospital militar de la ciudad sin asistencia médica, para
expresar sus condolencias.
2.- Se incrementa
el asedio y la represión contra la población saharaui en Dajla con
provocaciones y asedio a sus hogares tras la muerte en el hospital militar del
preso Hassana Luali. En un control a 111 kilómetros de Dajla se impide a los
miembros de Equipo Mediático Mohamed Saleh Zarouali y Omar Karkoub y los activistas
Lamhaba Baibat y Tayeb Bougrfaoui continuar viaje hasta Dajla, donde iban a
asistir a un recibimiento en honor a los presos políticos Elmahjoub Wlad Chiekh,
Kamal Trayah y Mohamed Manolo.
2.- El estudiante
Hamza Tamek, detenido el 2 de octubre de 2013 en la ciudad de Guleimim (sur de
Marruecos) y condenado a un año de cárcel por participar en manifestaciones en
solidaridad con los habitantes de Assa y Zak que fueron reprimidos brutalmente,
es puesto en libertad.
3.- Las
autoridades de ocupación marroquíes ponen en libertad al preso político
saharaui Abdelaziz Barray, miembro de la Asociación saharaui Contra la Tortura
en Dajla, que cumplía condena de tres años junto al fallecido Hassana Luali, a
raíz de un enfrentamiento entre colonos marroquíes y ciudadanos saharauis que
defendían sus bienes tras las agresiones cometidas por los colonos.
4.- El preso
político y defensor de los Derechos Humanos saharaui Hassana Luali, fallecido
el 28 de septiembre a
los pocos días de ingresar en el hospital militar de Dajla, donde no recibió la atención médica
adecuada, es enterrado por orden de las autoridades marroquíes de ocupación sin
el consentimiento y la presencia de su familia, que reclamó infructuosamente
informes médicos sobre las causa de la muerte así como una autopsia realizada
por médicos independientes.
6.- Una patrulla
policial dirigida por un oficial marroquí persigue por la noche al presidente
de
Equipo Mediático,
Ahmed Ettanji y a sus compañeros Said Amidan, Mohamed Saleh Zarouali y Bachar Azafati.
El oficial de policía, que parecía estar ebrio, seguía los movimientos de los
periodistas desde que salieron de la cafetería “Sidney”, en la avenida Smara,
de El Aaiún, emitiendo señales a través del equipo radiotransmisor y convocando
a tres móviles policiales, en lo que pareció un intento de secuestro.
7.- Decenas de
familias saharauis intentan un éxodo masivo de protesta pacífica, similar al de
Gdeim Izik, fuera de Smara contra la ocupación marroquí. Las autoridades
movilizan efectivos de ejército acantonado en el muro militar en las cercanías
de la ciudad y unidades de gendarmería que cargan contra los saharauis, a los
que obligan a volver a Smara. Varias personas sufren heridas y contusiones.
8.- La niña
saharaui de cinco años Manaya Mint Aabadda es atropellada por un coche 4x4 de
la policía marroquí, que se da a la fuga. El atropello de la niña, trasladada a
un hospital, se produce después de una manifestación en El Aaiún, disuelta
violentamente por las fuerzas policiales marroquíes. Los manifestantes se
concentran frente a la sede de la comisaria para exigir castigo para los
autores del atropello.
15.- Sentada
pacífica en la avenida Smara de El Aaiún, de ciudadanos saharauis que piden la
libre determinación y la independencia. Las fuerzas de ocupación marroquíes del
ejército, policía y fuerzas auxiliares atacan violentamente a los manifestantes
y ocasionan una docena de heridos.
15.- El preso
político saharaui Abdel Fattah Dalal es condenado a un año de prisión por un
tribunal marroquí.
15.- El joven
saharaui Ahmed El Hawasi es agredido por la noche en El Aaiún por un grupo de
colonos marroquíes que le causan graves lesiones en la cabeza y tiene que ser
trasladado de urgencia al hospital de la ciudad. Ahmed es hermano de Nguia El Hawasi,
activista de Derechos Humanos y miembro de la Asociación Saharaui por la Protección
y Difusión del Patrimonio Cultural Saharaui. La familia denuncia que no le ha
sido practicada la operación requerida y que la dirección del hospital se niega
a facilitar un certificado médico sobre su estado.
17.- Brahim
Daoudi, de 20 años, permanece en estado grave en la prisión marroquí de Inzegan
enfermo de tuberculosis. La familia denuncia que fue trasladado al hospital,
pero regresó a la cárcel sin tratamiento médico. Este caso se suma al de otro
saharaui, Abdeslam Ellomadi, en la prisión de Ait Melloul (Marruecos), que
también padece tuberculosis y no recibe tratamiento específico para esta
enfermedad.
22.- Personal de
la empresa marroquí de electricidad y de la francesa ALSTOM irrumpen a las 8.30
horas, con apoyo de la gendarmería y de la policía, en unos terrenos propiedad
de Boujemaa El Bachir Mohamed Ali para instalar torres de energía eléctrica,
sin permiso de su dueño.
Boujemaa, su
esposa, una hija y otros tres familiares se personan en el lugar, en Jhayfa, a
unos 24 kilómetros al noreste de El Aaiún, y reciben una brutal paliza por parte
de las fuerzas de seguridad. La policía detiene a dos miembros de la familia,
Ali Salem Ailal, y Bachir Yadasi, a quienes traslada a la Gendarmería de El
Aaiún y pone en libertad por la tarde. Boujemaa y su esposa, tienen registro de
propiedad desde la época colonial española, DNI de la provincia 53 de España y
libro de familia español.
25.- Los
activistas defensores de Derechos Humanos saharauis Saaidi Mrabih, Hamza
Filali, Nour Eddine Alaargoubi Elarkubi, y los periodistas Mohamed KharJer y
Khalid Rouhi Rauhi son detenidos por la policía marroquí en un céntrico café en
la avenida de Smara de El Aaiún. Llevados a 15 kilómetros de de la ciudad a un
lugar desconocido, son desnudados antes de ser interrogados y torturados. La
asociación saharaui de derechos humanos CODAPSO denuncia que la ola de acoso
contra la población saharaui se produce después de que el monarca marroquí
lanzara la semana pasada una campaña que denomina "alerta".
27.- La revisión
del juicio al preso político saharaui Boukiyout Abdelahi, condenado a 4 años de
prisión, es aplazada al 3 de noviembre de 2014. Fue tras ser detenido el 27 de
octubre de 2013 en Gluemin (Marruecos) donde hubo manifestaciones de protesta
tras el asesinato del joven Rachid Chain el 23 de septiembre de 2013 en Assa
(Marruecos).
28.- El Tribunal
de Apelación de El Aaiún ratifica la condena de 10 meses de prisión impuesta a
los políticos saharauis Mohamed Baber, Abdel Lmoutalib Sarir y Aliyen
Lmousaaoui, acusados de participación continua en manifestaciones
independentistas. Aliyen Lmousaaoui afirma que nunca ha participado en
manifestaciones y que se encontraba trabajando el día de los hechos por el que
ha sido condenado. Baber y Lmoutalib reconocen su participación en
manifestaciones, pero denuncian haber sido víctimas de detención arbitraria,
agresiones, intimidación y acoso.
28.- El Tribunal
de Apelación de Agadir (Marruecos) aplaza al 10 de noviembre la revisión del
juicio al preso político Ali Guash, condenado a 4 años de prisión, la quinta
vez que se pospone. Tambien se aplaza al 9 del mismo mes el juicio al preso
Jamal Sawakh.
30.- Mohamed
Dihani, preso político saharaui que cumple una condena de 5 años en la cárcel
marroquí de Sale-2, ha sido trasladado sin explicación alguna a la prisión
central de Kenitra. Su familia se ha dirigido a Amnistía Internacional y ha
presentado quejas ante el ministro de Justicia, el Consejo Nacional por los
Derechos Humanos y la Administración General Penitenciaria por lo que
consideran una “deportación arbitraria e ilegal”. Juristas del Observatorio
Aragonés para el Sáhara Occidental denunciaron la falta de garantías en el
juicio contra Dihani.
30.- Mohamed
Baber, preso político saharaui de 23 años recientemente condenado a 10 meses de
prisión, es trasladado al hospital de El Aaiún por un fuerte dolor que no remite
con las inyecciones administradas en la cárcel Negra y devuelto al centro
penitenciario sin hacerle las pruebas diagnósticas necesarias. Su estado de
salud es débil por haber sido víctima de torturas y haber realizado una huelga
de hambre de 12 días como protesta por la agresión sufrida -junto a otros 6
presos- en el patio de la prisión el pasado mes de septiembre, por lo que
presenta desde entonces una evidente cojera.
Publicado a 03 de novembro de 2014
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