terça-feira, 4 de novembro de 2014

Outubro saharaui. ‘Podemos’ assume a causa do Sahara, abandonada pelo PSOE e pelo PP




No horizonte de preocupação, cada vez mais intenso, que ‘Podemos’ produz nas forças políticas há um motivo mais com que esta organização acrescenta argumentos em detrimento do PP e PSOE, a causa saharaui, que os dois principais partidos invocaram para fazer oposição e abandonaram ao chegarem ao governo.

Nas resoluções que foram apresentadas à Assembleia Constituinte de ‘Podemos’ houve três sobre o Sahara Ocidental, que refletem os sentimentos das pessoas que seguem esta formação política. Nelas foi plasmada, principalmente, a denúncia dos acordos de Madrid pelos quais foi transferida para Marrocos e Mauritânia administração do Sahara Ocidental, mas não a sua soberania. As Nações Unidas não consideram Marrocos potência administrante de um território que aguarda descolonização. E é isso que em ‘Podemos’ se defende, que se proceda à descolonização e ao reconhecimento do Sahara Ocidental como um país livre e independente.

A 10 de outubro a eurodeputada de ‘Podemos’, Teresa Rodríguez, reuniu em Sevilha com Bucharaya Beyun, membro do Secretariado Nacional e representante da Frente POLISARIO em Espanha, a quem manifestou o compromisso do seu partido com o povo saharaui e o seu direito à autodeterminação.

Há que recordar que o PSOE, tal como o Partido Comunista de Espanha (PCE), pediu na época da UCD a denúncia dos acordos tripartidos de Madrid e o reconhecimento da Frente Polisario, posicionamento que abandonou quando chegou ao Governo, indo contra aquilo que era a sua militância amplamente pro-saharaui. O PCE ocupou o espaço deixado pelo PSOE e pediu que se reconhecesse a RASD, enquanto reprovava o governo socialista de haver abandonado a Polisario para melhorar as relações com Marrocos, linha de compromisso com o povo saharaui que a organização ‘Izquierda Unida’ prossegue.

Enquanto o PSOE ia desaparecendo das expressões de apoio ao povo saharaui, como fez Trinidad Jiménez primeiro e Pedro Zerolo anos depois, o PP foi-se acercando dessas manifestações quando estava na oposição e a 13 de novembro de 2010 Esteban González Pons, que era vice-secretário geral da Comunicação, participou na manifestação pelo Sahara Ocidental que anualmente se realiza em Madrid. Anos antes, em novembro de 2005, o deputado popular Jorge Moragas participou em Madrid na Conferência Internacional de Solidariedade com o Povo Saharaui e acusou o executivo socialista de manter uma posição ambígua e de se afastar da política de neutralidade ativa mantida por todos os governos de Espanha desde a transição. Mas quanto chegaram ao Governo deram o dito por não dito.

Agora, após a eleição de Espanha, no passado 16 de outubro, como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, meios saharauis insistem que é chegado o momento para que o país se implique na resolução do conflito da ex-colónia espanhola. Reclamou-o o delegado da República Árabe Saharaui Democrática (RASD), Bucharaya Beyun, em declarações ao ‘The Diplomat in Spain’, ao dizer que “Espanha tem que fazer o que lhe corresponde, e que até agora não fez”, pelo que a sua entrada no Conselho de Segurança deveria constituir “uma boa oportunidade”; que o Governo espanhol lidere a busca de uma solução “em vez de ir a reboque ” de França.


Em abril de 2012 o Governo de Mariano Rajoy, em linha com a França, não apoiou a proposta dos EUA para que a Missão da ONU para o Referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) tivesse competências em matéria de Direitos Humanos. Em 2013 seguiu na mesma direção e não subscreveu a proposta do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para estabelecer um mecanismo de "vigilância imparcial e independente" no Sahara Ocidental. Afirmou que “tomava nota” e saudou “as medidas adotadas pelas autoridades marroquinas" em relação aos Direitos Humanos”. Por isso não é de estranhar que o delegado da F. Polisario, reconhecido como legítimo representante do povo saharaui pela ONU e a quem Madrid não outorga estatuto diplomático, se mostrasse pessimista sobre a postura de Espanha: “Não creio que mude muito”.

Como já o haviam feito em maio deste ano, diplomatas da embaixada dos EUA em Rabat viajaram a 22 de outubro a El Aaiún e reuniram com membros do Coletivo de Defensores Saharauis dos Direitos Humanos (CODESA), presidido por Aminetu Haidar. Estas visitas para conhecer a situação dos Direitos Humanos no Sahara Ocidental ocupado por Marrocos juntam-se às que fizeram representantes das embaixadas britânica, alemã, finlandesa, sueca, norueguesa e dinamarquesa em Marrocos, mas não a espanhola.

No dia seguinte à viagem dos diplomatas norte-americanos, a agência oficial marroquina, MAP, difundia umas declarações do embaixador dos EUA em Marrocos, Dwight Bush, ao diário "Al-Massae", dizendo que ele havia reafirmado a posição do seu país a favor da proposta marroquina de autonomia para o Sahara.

Entretanto, nos territórios da ex-colónia espanhola ocupados por Marrocos continuam a registar-se violações dos Direitos Humanos e condenações a ativistas pela sua militância independentista.

O que se segue é uma relação aproximada de acontecimentos ocorridos em outubro no Sahara Ocidental sob ocupação marroquinas e em cidades do sul de Marrocos com população saharaui, segundo dados de organizações de Direitos Humanos e meios de informação saharauis, tanto oficiais como independentes:

Día 2.-Después de pasar tres años en prisión condenados por los enfrentamientos entre colonos marroquíes y ciudadanos saharauis ocurridos a finales de septiembre del 2011 son puestos en libertad en Dajla Mahayub Ulad Chej, Kamal Treyeh y Mohammed Manolo, quienes antes de ir a sus respectivos hogares, cercados por la policía y efectivos militares, pasan por la casa de Hassana Eluali, su compañero de prisión fallecido en el hospital militar de la ciudad sin asistencia médica, para expresar sus condolencias.

2.- Se incrementa el asedio y la represión contra la población saharaui en Dajla con provocaciones y asedio a sus hogares tras la muerte en el hospital militar del preso Hassana Luali. En un control a 111 kilómetros de Dajla se impide a los miembros de Equipo Mediático Mohamed Saleh Zarouali y Omar Karkoub y los activistas Lamhaba Baibat y Tayeb Bougrfaoui continuar viaje hasta Dajla, donde iban a asistir a un recibimiento en honor a los presos políticos Elmahjoub Wlad Chiekh, Kamal Trayah y Mohamed Manolo.

2.- El estudiante Hamza Tamek, detenido el 2 de octubre de 2013 en la ciudad de Guleimim (sur de Marruecos) y condenado a un año de cárcel por participar en manifestaciones en solidaridad con los habitantes de Assa y Zak que fueron reprimidos brutalmente, es puesto en libertad.

3.- Las autoridades de ocupación marroquíes ponen en libertad al preso político saharaui Abdelaziz Barray, miembro de la Asociación saharaui Contra la Tortura en Dajla, que cumplía condena de tres años junto al fallecido Hassana Luali, a raíz de un enfrentamiento entre colonos marroquíes y ciudadanos saharauis que defendían sus bienes tras las agresiones cometidas por los colonos.



4.- El preso político y defensor de los Derechos Humanos saharaui Hassana Luali, fallecido el 28 de septiembre a los pocos días de ingresar en el hospital militar de Dajla, donde no recibió la atención médica adecuada, es enterrado por orden de las autoridades marroquíes de ocupación sin el consentimiento y la presencia de su familia, que reclamó infructuosamente informes médicos sobre las causa de la muerte así como una autopsia realizada por médicos independientes.

6.- Una patrulla policial dirigida por un oficial marroquí persigue por la noche al presidente de
Equipo Mediático, Ahmed Ettanji y a sus compañeros Said Amidan, Mohamed Saleh Zarouali y Bachar Azafati. El oficial de policía, que parecía estar ebrio, seguía los movimientos de los periodistas desde que salieron de la cafetería “Sidney”, en la avenida Smara, de El Aaiún, emitiendo señales a través del equipo radiotransmisor y convocando a tres móviles policiales, en lo que pareció un intento de secuestro.


7.- Decenas de familias saharauis intentan un éxodo masivo de protesta pacífica, similar al de Gdeim Izik, fuera de Smara contra la ocupación marroquí. Las autoridades movilizan efectivos de ejército acantonado en el muro militar en las cercanías de la ciudad y unidades de gendarmería que cargan contra los saharauis, a los que obligan a volver a Smara. Varias personas sufren heridas y contusiones.

8.- La niña saharaui de cinco años Manaya Mint Aabadda es atropellada por un coche 4x4 de la policía marroquí, que se da a la fuga. El atropello de la niña, trasladada a un hospital, se produce después de una manifestación en El Aaiún, disuelta violentamente por las fuerzas policiales marroquíes. Los manifestantes se concentran frente a la sede de la comisaria para exigir castigo para los autores del atropello.

15.- Sentada pacífica en la avenida Smara de El Aaiún, de ciudadanos saharauis que piden la libre determinación y la independencia. Las fuerzas de ocupación marroquíes del ejército, policía y fuerzas auxiliares atacan violentamente a los manifestantes y ocasionan una docena de heridos.

15.- El preso político saharaui Abdel Fattah Dalal es condenado a un año de prisión por un tribunal marroquí.

15.- El joven saharaui Ahmed El Hawasi es agredido por la noche en El Aaiún por un grupo de colonos marroquíes que le causan graves lesiones en la cabeza y tiene que ser trasladado de urgencia al hospital de la ciudad. Ahmed es hermano de Nguia El Hawasi, activista de Derechos Humanos y miembro de la Asociación Saharaui por la Protección y Difusión del Patrimonio Cultural Saharaui. La familia denuncia que no le ha sido practicada la operación requerida y que la dirección del hospital se niega a facilitar un certificado médico sobre su estado.

17.- Brahim Daoudi, de 20 años, permanece en estado grave en la prisión marroquí de Inzegan enfermo de tuberculosis. La familia denuncia que fue trasladado al hospital, pero regresó a la cárcel sin tratamiento médico. Este caso se suma al de otro saharaui, Abdeslam Ellomadi, en la prisión de Ait Melloul (Marruecos), que también padece tuberculosis y no recibe tratamiento específico para esta enfermedad.

22.- Personal de la empresa marroquí de electricidad y de la francesa ALSTOM irrumpen a las 8.30 horas, con apoyo de la gendarmería y de la policía, en unos terrenos propiedad de Boujemaa El Bachir Mohamed Ali para instalar torres de energía eléctrica, sin permiso de su dueño.
Boujemaa, su esposa, una hija y otros tres familiares se personan en el lugar, en Jhayfa, a unos 24 kilómetros al noreste de El Aaiún, y reciben una brutal paliza por parte de las fuerzas de seguridad. La policía detiene a dos miembros de la familia, Ali Salem Ailal, y Bachir Yadasi, a quienes traslada a la Gendarmería de El Aaiún y pone en libertad por la tarde. Boujemaa y su esposa, tienen registro de propiedad desde la época colonial española, DNI de la provincia 53 de España y libro de familia español.

25.- Los activistas defensores de Derechos Humanos saharauis Saaidi Mrabih, Hamza Filali, Nour Eddine Alaargoubi Elarkubi, y los periodistas Mohamed KharJer y Khalid Rouhi Rauhi son detenidos por la policía marroquí en un céntrico café en la avenida de Smara de El Aaiún. Llevados a 15 kilómetros de de la ciudad a un lugar desconocido, son desnudados antes de ser interrogados y torturados. La asociación saharaui de derechos humanos CODAPSO denuncia que la ola de acoso contra la población saharaui se produce después de que el monarca marroquí lanzara la semana pasada una campaña que denomina "alerta".

27.- La revisión del juicio al preso político saharaui Boukiyout Abdelahi, condenado a 4 años de prisión, es aplazada al 3 de noviembre de 2014. Fue tras ser detenido el 27 de octubre de 2013 en Gluemin (Marruecos) donde hubo manifestaciones de protesta tras el asesinato del joven Rachid Chain el 23 de septiembre de 2013 en Assa (Marruecos).

28.- El Tribunal de Apelación de El Aaiún ratifica la condena de 10 meses de prisión impuesta a los políticos saharauis Mohamed Baber, Abdel Lmoutalib Sarir y Aliyen Lmousaaoui, acusados de participación continua en manifestaciones independentistas. Aliyen Lmousaaoui afirma que nunca ha participado en manifestaciones y que se encontraba trabajando el día de los hechos por el que ha sido condenado. Baber y Lmoutalib reconocen su participación en manifestaciones, pero denuncian haber sido víctimas de detención arbitraria, agresiones, intimidación y acoso.

28.- El Tribunal de Apelación de Agadir (Marruecos) aplaza al 10 de noviembre la revisión del juicio al preso político Ali Guash, condenado a 4 años de prisión, la quinta vez que se pospone. Tambien se aplaza al 9 del mismo mes el juicio al preso Jamal Sawakh.

30.- Mohamed Dihani, preso político saharaui que cumple una condena de 5 años en la cárcel marroquí de Sale-2, ha sido trasladado sin explicación alguna a la prisión central de Kenitra. Su familia se ha dirigido a Amnistía Internacional y ha presentado quejas ante el ministro de Justicia, el Consejo Nacional por los Derechos Humanos y la Administración General Penitenciaria por lo que consideran una “deportación arbitraria e ilegal”. Juristas del Observatorio Aragonés para el Sáhara Occidental denunciaron la falta de garantías en el juicio contra Dihani.

30.- Mohamed Baber, preso político saharaui de 23 años recientemente condenado a 10 meses de prisión, es trasladado al hospital de El Aaiún por un fuerte dolor que no remite con las inyecciones administradas en la cárcel Negra y devuelto al centro penitenciario sin hacerle las pruebas diagnósticas necesarias. Su estado de salud es débil por haber sido víctima de torturas y haber realizado una huelga de hambre de 12 días como protesta por la agresión sufrida -junto a otros 6 presos- en el patio de la prisión el pasado mes de septiembre, por lo que presenta desde entonces una evidente cojera.


Publicado a 03 de novembro de 2014

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